IMPORTANT STATISTICS FOR OCCUPATIONAL HEALTH
TIPO DE ARTIGO: Journal Club
AUTORES: Santos M(1), Almeida A(2).
A Fundação Francisco Manuel dos Santos publica e disponibiliza gratuitamente no site “PORDATA – Base de Dados Portugal Contemporâneo” estatísticas nacionais e internacionais interessantes, parte das quais relevantes no contexto da Saúde Ocupacional. Aproveitando a rubrica de “Journal Club”, decidiu-se destacar, resumir e comentar alguns dados com maior pertinência para o leitor da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line.
População ativa
A nível de população ativa, no total da população portuguesa em idade ativa, verificou-se que de 1983 a 2015, a percentagem manteve-se razoavelmente estável (76,2 e 76,9%, respetivamente). Contudo, analisando separadamente por género, constata-se que esse valor diminuiu para o sexo masculino (90,6 para 81,2%) e aumentou para o feminino (62,5 para 72,8%), respetivamente, ainda que não de forma linear (ver Gráfico 1).
Gráfico 1 – População ativa no total da população em idade ativa (%)
Neste intervalo de tempo a população ativa aumentou (de 4.718,5 para 5.195,2 milhares). Os trabalhadores mais jovens (menos de 25 anos) diminuíram de forma muito acentuada (1.133,3 para 369,5), enquanto os mais idosos (mais de 65 anos) aumentaram discretamente (220,0 para 245,8 milhares, respetivamente) – consultar o Gráfico 2.
Gráfico 2 – População ativa: total e por grupo etário
A proporção de pessoas ativas pelo número de pessoas inativas também caiu dos 1.73 em 1983 para os 1.42 em 2015, valor mais baixo até hoje registado, pois a taxa de atividade nos menores que 25 anos diminuiu de 62,5 para 58,5% e nos maiores que 65 anos de 19,0 para 11,6%- ver o Gráfico 3.
Gráfico 3- Taxa de atividade: total e por grupo etário (%)
Por sua vez, analisando a população ativa versus escolaridade, verificou-se que os funcionários sem escolaridade diminuíram de forma muito intensa (490,7 para 100,2 milhares), entre 1998 e 2015; enquanto os funcionários com formação superior aumentaram de forma acentuada (445,9 para 1.248,7 milhares, respetivamente) – visualizar o Gráfico 4.
Gráfico 4 – População ativa: total e por nível de escolaridade completo
Quanto à taxa de atividade por género, nesse mesmo período, verificou-se uma diminuição para o sexo masculino (78,6 para 63,9%) e uma discreta subida para o feminino, ainda que não linear (51,7 e 53,7%, respetivamente).
Acidentes de trabalho
Relativamente ao número de acidentes laborais, entre 1985 e 2014 verificamos uma descida, ainda que não linear (233.217 para 203.548). Entre estes, os sinistros fatais diminuíram de forma significativa (348 para 160) – reter os dados do gráfico 5
Gráfico 5- Acidentes de trabalho: total e mortais
Considerando os acidentes de trabalho por 100 mil habitantes empregados, entre 1985 e 2014, verificou-se uma diminuição (5,462.4 para 4,523.8); sendo esta descida ainda muito mais acentuada para os sinistros mortais (8.2 para 3.6, respetivamente) – comparar com dados do Gráfico 6.
Gráfico 6- Acidentes de trabalho: total e mortais por 100 mil empregados
Analisando os acidentes laborais em função do setor económico, verificou-se que o setor secundário tem mais acidentes que o terciário (em números absolutos o primário apresenta ainda menos casos). Entre 2000 e 2014 o setor primário não apresentou variabilidade significativa (8,881 para 8,603). Os dados do setor secundário estão subdivididos em mineração, indústria e construção, tendo todos uma diminuição significativa. O setor terciário também sofreu uma diminuição (de 141.418 para 85.412, respetivamente) – observar a Tabela 1 e Gráfico 7.
Tabela 1 – Acidentes de trabalho: total e por sector de atividade económica
Gráfico 7 – Acidentes de trabalho: total e por sector de atividade económica
Por sua vez, o número de acidentes fatais sofreu uma evolução semelhante, por setor económico- verificar Gráfico 8.
Gráfico 8 – Acidentes de trabalho mortais: total e por sector de atividade económica
Os autores recomendam a consulta deste site, pois não só estão quantificados parâmetros muito relevantes para a Saúde Ocupacional, como a organização dos dados é muito intuitiva, simples e rigorosa. Para além disso seria interessante comparar os mesmos com outros países, informação essa que poderia dar origem a outra publicação na rubrica de “Journal Club”… algum leitor aceita o desafio?
(1)Licenciada em Medicina; Especialista em Medicina Geral e Familiar; Mestre em Ciências do Desporto; Especialista em Medicina do Trabalho; Presentemente a exercer nas empresas Medicisforma, Clinae, Servinecra e Serviço Intermédico; Diretora Clínica da empresa Quercia; Diretora da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line; Endereços para correspondência: Rua Agostinho Fernando Oliveira Guedes, 42 4420-009 Gondomar; s_monica_santos@hotmail.com.
(2)Mestre em Enfermagem Avançada; Especialista em Enfermagem Comunitária; Pós-graduado em Supervisão Clínica e em Sistemas de Informação em Enfermagem; Docente na Escola de Enfermagem (Porto), Instituto da Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa; Diretor Adjunto da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line; aalmeida@porto.ucp.pt.
Santos M, Almeida A. Estatísticas relevantes para a Saúde Laboral. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional. 2017, volume 3, s101-s105. DOI: 10.31252/RPSO.01.02.2017

















