Reis M, Carvalhinho A, Marques R, Nogueira F. Avaliação do Risco Biopsicossocial dos Trabalhadores em Ambiente Hospitalar. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online. 2022, 14, e0361. DOI: 10.31252/RPSO.22.10.2022
BIOPSYCHOSOCIAL RISK ASSESSMENT OF WORKERS IN A HOSPITAL ENVIRONMENT
Tipo de artigo: Artigo Original
Autores: Reis M(1), Carvalhinho A(2), Marques R(3). Nogueira F(4).
RESUMO
Introdução
Os profissionais de saúde estão expostos, diariamente, a um conjunto de exigências que são, muitas das vezes, imprevisíveis e, por consequência, têm implicações diretas na sua saúde física e mental. Essas exigências podem advir não só dos utentes e familiares, mas também dos horários e condições e de trabalho, muitas vezes, difíceis de controlar ou alterar. Segundo a Organização Mundial de Saúde o Stress crónico no local de trabalho leva à Síndrome de Burnout. Nesta linha de pensamento, uma das principais preocupações do Hospital do Arcebispo João Crisóstomo de Cantanhede é procurar e garantir o bem-estar geral dos seus colaboradores e desenvolver esforços para garantir o nível elevado desse bem-estar.
Objetivos
O principal objetivo desta avaliação é perceber os níveis de Ansiedade, Depressão e Burnout dos profissionais de saúde da instituição atrás referida.
Metodologia
Foram utilizados instrumentos de autorresposta, nomeadamente a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-42) e o Questionário de Copenhagen Burnout Inventory (CBI). Estes instrumentos foram aplicados aos profissionais que, de forma voluntária, colaboraram no estudo. Após a aplicação das mesmas, os resultados foram analisados recorrendo ao Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Resultados
Dos 62 colaboradores que participaram no questionário, 83,9% são do género feminino e a categoria profissional mais representada é a de Enfermagem (38,7%). De referir que todos os resultados obtidos foram considerados normativos/inferiores quando comparados com os dados para a população portuguesa, à exceção do Burnout, relacionado com o trabalho, visto que apresenta valores moderados para o género masculino e também moderados para a categoria profissional de Enfermagem.
Discussão/Conclusão
O Hospital de Cantanhede tem desenvolvido várias estratégias para prevenção e minimização da Ansiedade, Depressão e Síndrome de Burnout, realizando periodicamente a avaliação do risco psicossocial dos profissionais de saúde, para avaliação das mesmas. Neste sentido, a instituição tem desenvolvido várias iniciativas, como concertos, atividades comemorativas, intervenções mais estruturadas como prática de yoga e minfulness, sessões de esclarecimento sobre a síndrome de Burnout e mesmo intervenção psicológica e/ou psiquiátrica, sempre que identificada a sua necessidade.
Importa salientar que, sempre com o intuito do bem-estar dos profissionais de saúde, a continuidade deste estudo é imperativa, pelo que será replicado em 2024.
PALAVRAS- CHAVE
Síndrome de Burnout, Ansiedade, Depressão, Stress, Saúde Ocupacional, Medicina do Trabalho.
ABSTRACT
Introduction
Health professionals are daily exposed to a set of demands that are often unpredictable and, consequently, have direct implications for their physical and mental health. These demands can come not only from users and family members, but also from working hours and conditions, which are difficult to control or change. According to the World Health Organization, chronic stress in the workplace leads to Burnout Syndrome. In this line of thought, one of the main concerns of Cantanhede’s Arcebispo João Crisóstomo Hospital is to seek and guarantee the general well-being of its employees and to make efforts to ensure a high level of this well-being.
Objectives
The main objective of this evaluation is to understand the Cantanhede’s Arcebispo João Crisóstomo Hospital health professionals’ levels of Anxiety, Depression and Burnout.
Methodology
Self-response instruments were used, such as the Anxiety, Depression and Stress Scale (EADS-42) and the Copenhagen Burnout Inventory (CBI) Questionnaire. These instruments were applied to professionals who voluntarily collaborated in the study. After applying them, the results were analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Results
Out of the 62 employees who participated in the questionnaire, 83.9% are female and the most represented professional category is Nursing (38.7%). It should be noted that all the results obtained were considered normative/inferior when compared with the data for the Portuguese population, apart from Burnout, related to work, since it presents moderate values for the male gender and moderate for Nursing professional category.
Discussion/Conclusion
Cantanhede Hospital has developed several strategies for Anxiety, Depression and Burnout Syndrome prevention and minimization, carrying out periodically an assessment of the health professional’s psychosocial risk. In this sense, the hospital has developed several initiatives, such as concerts, commemorative activities, more structured interventions such as yoga and mindfulness, clarification sessions on Burnout syndrome and even psychological and/or psychiatric intervention, whenever the need is identified.
It is important to point out that, always aiming health professionals’ well-being, the continuity of this study is imperative, so it will be replicated in 2024.
KEY WORDS
Burnout Syndrome, Anxiety, Depression, Stress, Occupational Health, Occupational Medicine.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a Síndrome de Burnout (SB) como “uma síndrome que deriva do Stress crónico no local de trabalho” (1) (2). A mesma se caracteriza por altos níveis de cansaço físico, emocional e psicológico e divide-se em três dimensões: “Burnout Pessoal”, “Burnout relacionado com o trabalho” e “Burnout relacionado com o Cliente” (2). Os profissionais de saúde estão expostos, diariamente, a um conjunto de exigências que são muitas vezes imprevisíveis e, por consequência, tem implicações diretas na sua saúde física e mental (3) (4). Essas exigências poderão advir dos utentes e familiares, mas também das condições e horários de trabalho, fatores esses, frequentemente, difíceis de controlar ou alterar. Mais importa acrescentar que a SB se encontra também altamente relacionada com elevados níveis de Depressão e Ansiedade (5). Estudos defendem que sintomas destas duas entidades são mais frequentes no género feminino (6), facto que aparece muitas vezes associado à acumulação de cansaço relacionado com o trabalho e vida doméstica (7) (8).
É conhecida uma forte relação entre os problemas no trabalho e na vida pessoal, resultando em níveis mais elevados de Stress e Ansiedade (12), sendo por isso de maior relevância o empenho das instituições na diminuição desses fatores, assim como implementar medidas para a sua prevenção, deteção e tratamento precoce (13).
Assim, e sendo os profissionais do setor de saúde muito afetados é de maior pertinência referir que, essa sobrecarga se pode repercutir na qualidade da prestação do atendimento ou do serviço aos utentes (5) (9). Quando os níveis de Burnout são elevados, o mesmo se reflete numa redução da produtividade, numa maior probabilidade de cometer erros, maior nível de absentismo, menor comprometimento/empenho no seu trabalho, baixa satisfação profissional e maior sofrimento pessoal (10). Mais importa referir que se tem verificado um aumento de prevalência de Burnout que se reflete num menor bem-estar no local de trabalho (11). De igual forma, tem-se verificado um aumento dos níveis de Stress entre os profissionais de saúde (9).
Importa realçar que a diferença entre Stress e Ansiedade aparece relacionada com a utilização da Escala de Ansiedade, Depressão e Stress onde o fator Stress aparece como representativo dos itens menos discriminatórios entre a Ansiedade e Depressão. A esse fator associam-se itens como dificuldade em relaxar, irritabilidade e agitação, enquanto o fator Ansiedade se associam a itens como ansiedade situacional, efeitos músculo esqueléticos e experiência subjetiva de Ansiedade (14).
No polo oposto encontramos a resiliência, que se reflete no uso de estratégias de coping que facilitam/ajudam em momentos de maior Stress, levando a uma adaptação ajustada a cada situação (15).
O Conselho Diretivo do Hospital do Arcebispo João Crisóstomo (HAJC) preocupa-se com o bem-estar e segurança dos seus profissionais e de que forma pode contribuir para exponenciar esse bem-estar. Partindo do pressuposto de que os profissionais de saúde desempenham melhor as suas funções se evidenciarem uma sólida estabilidade emocional e comportamental, é também apanágio deste procurar o bem-estar dos respetivos colaboradores (13).
Assim, nos passados meses de novembro e dezembro foi realizada a avaliação de risco psicossocial dos colaboradores da instituição. Assim, foi feito o levantamento das necessidades através de questionários de autorresposta de alguns fatores relacionados com a saúde psicológica e Burnout dos seus colaboradores.
O presente estudo procura ser apenas o mote de um trabalho efetivo, continuado e mutável de avaliação e intervenção junto dos colaboradores do HAJC, visando, também, a melhoria das suas condições emocionais.
MÉTODOS
Seleção de participantes
Trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva e transversal realizada entre novembro e dezembro de 2021 com todos os colaboradores do HAJC. Foi utilizada uma amostragem de conveniência, onde a participação foi voluntária com prévio consentimento informado. O projeto da pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética do HAJC.
As informações pretendidas foram colhidas através da aplicação de questionários, garantindo a confidencialidade aos participantes. Para o efeito, recorremos a um pequeno questionário onde foram recolhidos os dados sociodemográficos como idade, sexo, nível de escolaridade e categoria profissional e, posteriormente, a aplicação de escalas de avaliação psicológica de autorresposta, a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS – 42) e a um Questionário de Copenhagen Burnout Inventory (CBI).
A EADS-42 é uma escala com 42 itens, desenhada e validada para avaliar o Stress, Ansiedade e Depressão, onde cada item deve ser respondido de acordo com uma escala de Likert pontuado entre 0 e 3 (0 = Não se aplicou nada a mim a 3 = Aplicou-se a mim a maior parte das vezes). Por sua vez, o CBI está desenhado e validado para avaliar o Burnout. O questionário é constituído por 19 itens, cada um respondido de acordo com uma escala de Likert pontuado entre 0 e 5 (0 = nunca/quase nunca a 5 = sempre) e está dividido em três subescalas: Burnout Pessoal (Avalia o grau de exaustão física, psicológica e da exaustão experienciada pela pessoa), Burnout relacionado com o trabalho (Analisa o grau de fadiga física e psicológica e a exaustão que é percebida pela pessoa em relação ao seu trabalho) e Burnout relacionado com o cliente (Avalia o grau de fadiga física e psicológica e de exaustão que é percebido pela pessoa como relacionado com o trabalho com os clientes).
Análise de Dados
A análise dos dados foi realizada com a ferramenta Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.
RESULTADOS
Este estudo foi constituído por 62 participantes. O preenchimento das informações sociodemográficas foi de caráter facultativo e por isso alguns dos dados não foram preenchidos.
Em relação às funções exercidas na instituição, 24 dos elementos são Enfermeiros, 19 são Assistentes Operacionais, 13 destes enquadram-se na designação de outros Técnicos de Saúde e 3 dos mesmos não sinalizaram a sua profissão.
Relativamente à idade dos elementos que compõem a amostra é compreendida entre os 22 e 63 anos, com uma média de 42 anos de idade.
Nas tabelas 1 e 2 demonstra-se a distribuição das variáveis demográficas por Sexo e Profissão. Entre os participantes houve maior adesão do sexo feminino que representa 83,9% da amostra e, relativamente à profissão, foi o grupo de Enfermagem que apresentou maior adesão (38,7%). Os valores médios de cada uma das escalas são apresentados na Tabela 3.
No que diz respeito à escala EADS-42, os valores relativos às subescalas Depressão, Ansiedade e Stress consideram-se normais. À semelhança do descrito, os resultados obtidos na escala CBI são classificados como baixos. Conforme apresentado na Tabela 4, os valores relativos à EADS – 42 consideram-se normativos. De forma mais detalhada, e apesar de os mesmos se encontrarem no intervalo normativo, a classe dos Assistentes Operacionais manifesta os maiores níveis de Depressão e de Ansiedade, sendo que a classe Enfermagem apresenta os maiores níveis de Stress.
No que se refere à escala CBI, salienta-se que o resultado relativo ao Burnout Pessoal da categoria profissional de Enfermagem é classificado como moderado. Apesar de se manter nos níveis normativos nas restantes subescalas, a classe de Enfermagem distingue-se com os níveis mais elevados de Burnout.
Relativamente à escala EADS – 42, os valores das subescalas independentemente do sexo apresentam-se como normais, sendo que o sexo feminino apresenta os valores mais elevados. No que respeita à CBI, o sexo feminino apresenta valores baixos, o género masculino apresenta os valores mais elevados, embora baixos, à exceção do Burnout relacionado com o Trabalho classificado como moderado.
De forma a estudar a correlação das variáveis em estudo das diferentes categorias profissionais efetuaram-se procedimentos estatísticos com o objetivo de calcular a correlação de Spearman, a qual mede a força e a direção da associação contínua entre duas variáveis. Os dados obtidos são interpretados através da tabela 6.
Nas tabelas 7, 8 e 9 serão apresentadas as correlações das diferentes Categorias profissionais. Relativamente à categoria profissional dos Assistentes Operacionais, são evidentes múltiplas correlações muito fortes, nomeadamente o Burnout Pessoal com o relacionado com o Trabalho; o Burnout Pessoal e a Depressão; o Burnout relacionado com o Trabalho com a Depressão; o Burnout relacionado com o Trabalho com o Stress; bem como a Depressão e o Stress.
No que diz respeito à categoria profissional outros Técnicos de Saúde percecionam-se duas correlações estatisticamente muito fortes, ou seja, o Burnout Pessoal com o relacionado com o Cliente e a sintomatologia Depressiva com os níveis de Ansiedade.
Por sua vez, a classe profissional de Enfermagem apresenta uma correlação muito forte entre o Burnout relacionado com o Trabalho e o Stress.
DISCUSSÃO
Apesar da investigação feita em Portugal nesta temática, os resultados obtidos vêm contrariar o descrito, uma vez que, apesar dos vários fatores de risco (3) (4) (9), os resultados são bastante positivos. Acreditamos que o mesmo se deve ao empenho da instituição na promoção de bem-estar e no fornecimento/disponibilização de boas condições de trabalho para os seus colaboradores (13), assim como a existência prévia de estratégias de coping eficazes dos colaboradores (14).
Tal como previsto na literatura (6), e apesar de se manter nos níveis normativos, o sexo feminino apresenta resultados superiores ao nível da Depressão e do Stress. Por outro lado, e não sendo isso por nós esperado, é de notar níveis mais elevados do Burnout no sexo masculino.
A SB relacionado com o trabalho apresenta níveis moderados na categoria profissional Enfermagem, o que aparece realmente de acordo com o descrito pela bibliografia (8), dando especial relevância à correlação forte entre o Burnout relacionado com oTrabalho e o Stress (8), que se poderá refletir numa menor efetividade dos cuidados. De forma transversal existe uma forte correlação entre Burnout relacionado com o Trabalho e o Pessoal, sendo esta influência já esperada e descrita em estudos anteriores (11).
CONCLUSÃO
Não obstante os resultados obtidos terem sido positivos, importa desenvolver esforços no sentido de manter os valores obtidos e encetar medidas no sentido de melhorar continuamente o ambiente laboral e o bem-estar dos trabalhadores.
Tem sido um dos princípios norteadores da atividade do HAJC, consubstanciado num dos eixos estratégicos definidos (Cuidar dos profissionais), o desenvolvimento de atividades que permitam a prevenção do Stress e Burnout dos profissionais. Desde atividades recreativas e/ou lúdicas, como concertos e atividades comemorativas, até intervenções mais estruturadas como yoga e mindfulness, e mesmo intervenção psicológica sempre que identificada a sua necessidade, permitem a obtenção dos resultados do presente estudo que consideramos positivos.
Serão implementadas ainda no presente ano, sessões de esclarecimento sobre a síndrome de Burnout com o objetivo de esclarecer o que contribui para a sua génese, assim como possíveis consequências e estratégias preventivas individuais. Mais se acrescenta que estão a decorrer concursos no sentido de reforçar as equipas de diversas Categorias Profissionais por forma a aumentar o rácio de profissionais, o que se irá refletir numa menor carga horária. O ingresso de novos profissionais permitirá a reorganização de serviços.
Durante o presente ano serão ainda tomadas medidas no sentido da certificação do HAJC, de acordo com a Norma Portuguesa NP 4552, para a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, sendo com certeza uma mais valia para os trabalhadores e suas famílias e consequentemente para o HAJC e os utentes que serve.
BIBLIOGRAFIA
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Tabela 1: Distribuição da amostra pelo sexo
Sexo | Total | % |
Masculino | 9 | 14,5 |
Feminino | 52 | 83,9 |
Não Sinalizado | 1 | 1,6 |
Total | 62 | 100 |
Tabela 2: Distribuição da amostra segundo categoria profissional
Profissão | Total | % |
Enfermagem | 24 | 38,7 |
Assistentes Operacionais | 19 | 30,6 |
Outros Técnicos de Saúde | 16 | 25,8 |
Profissão não sinalizada | 3 | 4,8 |
Total | 62 | 100 |
Tabela 3: Resultados Globais
Escalas | Total |
EADS-42 | |
Depressão | 5,4386 |
Ansiedade | 3,6552 |
Stress | 9,4828 |
CBI | |
Burnout Pessoal | 46,5395 |
Burnout Trabalho | 44,0887 |
Burnout Cliente | 28,2164 |
Tabela 4: Resultados obtidos por categoria profissional
Assistentes Operacionais | Outros Técnicos de Saúde | Enfermagem | Total | |
EADS-42 | ||||
Depressão | 7,0556 | 2,7333 | 5,9167 | 5,4386 |
Ansiedade | 4,5556 | 2,6250 | 3,6667 | 3,6552 |
Stress | 9,1053 | 7,6667 | 10,9167 | 9,4828 |
CBI | ||||
Burnout Pessoal | 44,2982 | 39,0625 | 53,2986 | 46,5395 |
Burnout Trabalho | 39,8496 | 40,2381 | 49,8512 | 44,0887 |
Burnout Cliente | 24,3421 | 18,6111 | 37,6812 | 28,2164 |
Tabela 5: Valores obtidos tendo em consideração o sexo
Escalas | Masculino | Feminino |
EADS-42 | ||
Depressão | 3,8889 | 5,7200 |
Ansiedade | 2,8889 | 3,8235 |
Stress | 8,000 | 10,0784 |
CBI | ||
Burnout Pessoal | 48,1481 | 46,7788 |
Burnout Trabalho | 50,8929 | 43,3379 |
Burnout Cliente | 34,2593 | 27,1667 |
Tabela 6: Valores correlação Spearman
Valor de P | Interpretação da correlação |
0,00 a 0,20 | muito fraca |
0,21 a 0,30 | fraca |
0,41 a 0,60 | moderada |
0,61 a 0,80 | forte |
0,81 a 1,00 | muito forte |
Tabela 7: Correlação dos Assistentes Operacionais
Burnout Pessoal | Burnout trabalho | Burnout Cliente | Depressão | Ansiedade | Stress | |
Burnout Pessoal | – | |||||
Burnout Trabalho | ,864** | – | ||||
Burnout Cliente | ,424 | ,565* | – | |||
Depressão | ,850** | ,878** | ,622** | – | ||
Ansiedade | ,481* | ,553* | ,185 | ,643** | – | |
Stress | ,784** | ,840** | ,447 | ,849** | ,676** | – |
** A correlação é significativa ao nível 0,01.
* A correlação é significativa ao nível 0,05.
Tabela 8: Correlação de outros Profissionais de Saúde
Burnout Pessoal | Burnout trabalho | Burnout Cliente | Depressão | Ansiedade | Stress | |
Burnout Pessoal | – | |||||
Burnout Trabalho | ,835** | – | ||||
Burnout Cliente | ,640* | ,660* | – | |||
Depressão | ,652** | ,593* | ,336 | – | ||
Ansiedade | ,667** | ,546* | ,354 | ,806** | – | |
Stress | ,615* | ,711** | ,236 | ,710** | ,499 | – |
** A correlação é significativa ao nível 0,01.
* A correlação é significativa ao nível 0,05.
Tabela 9: Correlação de Enfermagem
Burnout Pessoal | Burnout trabalho | Burnout Cliente | Depressão | Ansiedade | Stress | |
Burnout Pessoal | – | |||||
Burnout Trabalho | ,765** | – | ||||
Burnout Cliente | ,400 | ,552** | – | |||
Depressão | ,273 | ,456* | ,464* | – | ||
Ansiedade | ,422* | ,391 | ,083 | ,399 | – | |
Stress | ,679** | ,801** | ,498* | ,655** | ,337 | – |
** A correlação é significativa ao nível 0,01.
* A correlação é significativa ao nível 0,05.
(1)Maria José Reis
Psicóloga Clínica no Hospital do Arcebispo João Crisóstomo; Mestre em Psicologia Clínica, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Formação Pós-Graduada em Luto, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Morada completa para correspondência dos leitores: Rua Padre Américo, 3060-186 Cantanhede. E-MAIL: mjreis@hdcantanhede.min-saude.pt
-CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: revisão bibliográfica, análise e interpretação de dados, redação do artigo
(2)Artur Carvalhinho
Enfermeiro Diretor do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, Especialista em Enfermagem Comunitária. Pós-Graduado em Economia e Gestão de Organizações de Saúde, Enfermeiro do Trabalho (reconhecido pela Ordem dos Enfermeiros e ela Direção Geral da Saúde), Técnico Superior de Higiene e Segurança do Trabalho. 3060-186 Cantanhede. E-MAIL: acarvalhinho@hdcantanhede.min-saude.pt. No ORCID: 0000-0002-1827-4654
-CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: escolha do tema, planeamento, colaboração na elaboração da metodologia, revisão do artigo
(3)Raquel Marques
Enfermeira do Gabinete de Apoio ao Planeamento e Projetos do HAJC, Membro do Grupo de Coordenação Local do PPCIRA do HAJC, Responsável pelo Registo Oncológico Nacional (RON), Gestora de Energia e Recursos (GER) do HAJC. 3060-186 Cantanhede. E-MAIL: rmarques@hdcantanhede.min-saude.pt. No ORCID: 0000-0002-1594-1634
-CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO Colaboração na elaboração da metodologia e recolha de dados, revisão do artigo.
(4)Filipa Bento Nogueira
Mestre em Psicologia Clínica, área de especialização Terapias Cognitivo-Comportamentais. 2420-165 Leira. E-MAIL: filipabnogueira@gmail.com. No ORCID: 0000-0001-9533-5820
-CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: análise e tratamento de dados, revisão do artigo.