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Estatuto editorial

Riscos Psicossociais: Realidade de um Hospital Periférico Português

6 Junho, 2025Artigos Originais

Peixoto J, Macedo G, Silva B, Costa F, Lage G, Salgado M, Oliveira S. Riscos Psicossociais: Realidade de um Hospital Periférico Português. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online. 2025; 19: esub498. DOI: 10.31252/RPSO.07.06.2025

 

PSYCHOSOCIAL RISKS: THE REALITY OF A PORTUGUESE PERIPHERAL HOSPITAL

 

TIPO DE ARTIGO: Artigo Original

Autores: Peixoto J(1), Macedo G(2), Silva B(3), Costa F(4), Lage G(5), Salgado M(6), Oliveira S(7).

 

 

RESUMO

Introdução

Os fatores de risco psicossociais têm-se tornado uma preocupação crescente na área da saúde levantando desafios nos Serviços de Saúde e Segurança Ocupacional.

Objetivos

Este estudo propõe-se a identificar os riscos psicossociais mais prevalentes entre profissionais de saúde de um hospital periférico, visando implementar medidas.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo observacional transversal com abordagem qualitativa. A recolha de dados foi realizada através do Questionário Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II) complementada por um questionário de dados sociodemográficos e profissionais. A análise estatística foi através do SPSS® versão 26.

Resultados

A amostra final contou com 18% de adesão. Os resultados revelaram que as dimensões com maior perceção de risco elevado para a saúde foram as exigências emocionais, exigências cognitivas e ritmo de trabalho. Observou-se uma variação significativa na perceção dos riscos psicossociais com base em caraterísticas sociodemográficas e socioprofissionais, como género, antiguidade, idade, escolaridade e categoria profissional.

Discussão/Conclusão

Este estudo destaca-se pela sua abrangência e por explorar os efeitos combinados e interativos de múltiplos riscos psicossociais. Os resultados revelam a urgência de uma abordagem integrada na gestão dos riscos psicossociais, implementando políticas e práticas eficazes que promovam um ambiente de trabalho saudável. A continuidade deste tipo de avaliações é essencial para o desenvolvimento da saúde ocupacional e, consequentemente, para a sustentabilidade das empresas.

PALAVRAS-CHAVE: Riscos Psicossociais, Saúde Ocupacional, Medicina do Trabalho, Segurança no Trabalho, Psicologia do Trabalho, Profissionais de Saúde.

 

ABSTRACT

Introduction
Psychosocial risk factors have become a growing concern in the field of health, posing challenges for Occupational Health and Safety Services.

Objectives
This study aims to identify the most prevalent psychosocial risks among healthcare professionals in a peripheral hospital, with the goal of implementing preventive measures.

Materials and Methods

This is a cross-sectional observational study with a qualitative approach. Data collection was carried out using the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II), complemented by a sociodemographic and professional data questionnaire. Statistical analysis was performed using SPSS® version 26.

Results
The final sample had an 18% response rate. The results revealed that the dimensions with the highest perception of health-related risk were emotional demands, cognitive demands, and work pace. A significant variation in the perception of psychosocial risks was observed based on sociodemographic and professional characteristics such as gender, tenure, age, education level, and professional category.

Discussion/Conclusion
This study stands out for its comprehensiveness and for exploring the combined and interactive effects of multiple psychosocial risks. The results highlight the urgency of an integrated approach to managing psychosocial risks, through the implementation of effective policies and practices that promote a healthy work environment.

KEYWORDS: Psychosocial Risks, Occupational Health, Occupational Medicine, Workplace Safety, Work Psychology, Healthcare Professionals.

INTRODUÇÃO

Os fatores de risco de natureza psicossocial têm ganhado crescente importância e centralidade nas últimas décadas e são hoje uma grande preocupação de Saúde Pública (1) (2) e um desafio maior para os Serviços de Saúde e Segurança do Trabalho. O interesse no seu estudo é relativamente recente e deve-se essencialmente às mudanças sociopolíticas, tecnológicas, de organização e mercado de trabalho que se traduzem num conjunto de novos riscos para o trabalhador (3).

A Organização mundial de Saúde (OMS), em 1981, define-os como fatores que influenciam a saúde e bem-estar do indivíduo e do grupo e que advêm da psicologia do indivíduo, da estrutura e da função da organização de trabalho. Já em 1986, a Organização Internacional do Trabalho expandiu essa definição para incluir interações entre o contexto, conteúdo e condições de trabalho com as competências, cultura, valores e necessidades pessoais dos trabalhadores, influenciando a sua saúde física e mental, produtividade e satisfação profissional (4).

Eles têm origem multifatorial e são subjetivos à experiência do trabalhador. Relacionam- se com a organização do trabalho, cultura organizacional, gestão e condições físicas no local de trabalho (5). A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2007) relaciona-os com os contextos sociais e ambientais. Estudos mostram que os mais comuns estão mais associados às especificidades das tarefas e menos com a violência no local de trabalho, apesar de esta última ter consequências mais graves. Estatisticamente, cerca de 28% dos trabalhadores europeus relataram que o seu bem-estar mental foi afetado pela exposição a riscos psicossociais entre 1999 e 2007, equivalente a quase 55,6 milhões de trabalhadores (6).

A partir destas categorizações é possível perceber que não existe uma teoria ou expressão universal que defina o conceito de riscos psicossociais. O que é amplamente reconhecido é que a exposição a estes fatores acarreta consequências negativas significativas para os colaboradores, para os locais de trabalho e para a sociedade (7). Em Portugal, cerca de 1 em cada 5 pessoas tem algum problema de saúde psicológica (8).

Os profissionais de saúde, por determinadas condições de trabalho, parecem estar particularmente sujeitos a problemas de saúde mental. Este setor, que emprega 11% dos trabalhadores na Europa, enfrenta desafios como o envelhecimento da população, exigências cognitivas e emocionais, aumento da necessidade de mão- de-obra e predominância feminina, o que acarreta desafios específicos devido à dupla carga de trabalho familiar e laboral (9) (10) (11) (12).

De acordo com o Terceiro Questionário Europeu de Riscos Novos e Emergentes (13), a pressão por falta de tempo é um dos fatores mais comuns no setor da saúde, afetando 58% dos trabalhadores. A exposição a esses riscos está associada a consequências como burnout, depressão e doenças cardiovasculares e até possíveis correlações com o cancro, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Cancro (IARC) (14) (15) (16).

Para as instituições de saúde, a exposição dos trabalhadores a riscos psicossociais tem um impacto significativo na produtividade, níveis de absentismo e de turnover (9) (17). Particularmente, estima-se que cerca de 50 a 60% do total de dias de absentismo laboral estejam relacionados com o stress induzido pelo trabalho (18). A nível social, a pressão sobre os serviços nacionais de saúde tem um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB) dos países, com estimativas de custos anuais de aproximadamente 20 mil milhões de euros (ESENER, 2019).

Muitos países têm estruturas legais e regulatórias em vigor que exigem que os empregadores abordem estes riscos e forneçam um ambiente de trabalho saudável. Portugal possui legislação específica sobre a sua avaliação e gestão, baseada na Lei n.º 102/2009 e no Decreto-Lei n.º 91/2017 (19) (20). Estes regulamentos obrigam os empregadores a realizar avaliações abrangentes de riscos, incluindo os psicossociais, e a informar e formar os trabalhadores sobre os mesmos. A legislação também exige a consulta e participação dos trabalhadores ou dos seus representantes nos processos de tomada de decisão relacionados com a segurança e saúde no trabalho.

Assim, o papel do Médico do Trabalho assume-se como elo fundamental na avaliação do estado de saúde dos colaboradores, na avaliação das aptidões cognitivo-comportamentais, fisiológicas e anatomofuncionais do trabalhador que condicionem a sua funcionalidade (21) e na implementação de medidas preventivas. No Hospital de Guimarães, há uma colaboração estreita entre o serviço de Medicina do Trabalho e de Psicologia Ocupacional, em relação ao  acompanhamento psicológico dos profissionais. Contudo, até então existia um défice na auscultação, pilar basal nesta temática (1).

Dada a importância clínica, legal, social, empresarial e científica do tema, foi feita a avaliação dos fatores de risco psicossociais do Hospital Senhora da Oliveira Guimarães, um hospital distrital português.

OBJETIVO

Com este estudo pretende-se, primariamente, ter uma perspetiva dos riscos psicossociais mais prevalentes em profissionais de um hospital periférico, com o objetivo de contribuir para a definição e implementação de medidas dirigidas aos riscos identificados. De acordo com os resultados obtidos, tendo por base o guia técnico n.º 3 da DGS e as diretrizes do selo da Ordem do Psicólogos Portugueses para um local de trabalho saudável, pretende-se a adoção de políticas e medidas internas de saúde ocupacional, através da promoção da saúde– física e psicológica– e bem-estar dos/as profissionais de forma a minorar/mitigar os fatores de risco identificados.

Secundariamente, pretende-se:

  • Identificar os aspetos positivos no ambiente de trabalho que devem ser promovidos e reforçados;
  • Analisar a perceção dos fatores de risco psicossocial, por subescala;
  • Verificar se existe diferença na perceção dos riscos profissionais em função das caraterísticas sociodemográficas (idade, género, habilitações académicas) e socioprofissionais dos participantes (categoria profissional, serviço, tempo de serviço, serviço, vínculo laboral, horário de trabalho);
  • Verificar se existe diferença na perceção dos riscos profissionais entre os colaboradores dos serviços clínicos e não clínicos.

Por último, almeja-se  dar a conhecer os riscos específicos a cada serviço ou trabalhador.

MATERIAIS E MÉTODOS

Tipo de estudo

Dado o desafio da investigação e o objetivo, considera-se este estudo como observacional de natureza transversal. É utilizada uma abordagem qualitativa que visa, essencialmente, avaliar a perceção dos fatores psicossociais em profissionais de saúde.

Participantes

Do total de 239 elementos, definiu-se que a amostra abrangida seriam todos os profissionais do Hospital Senhora da Oliveira Guimarães que participem voluntariamente.

Variáveis

Para a elaboração deste estudo definimos as seguintes variáveis:

  • Variáveis independentes
    • Sociodemográficas:
      • Género: feminino, masculino;
      • Grupo etário: <35, 36-55, >56 anos;
      • Habilitações académicas: até ensino secundário, ensino
    • Socioprofissionais:
      • Categoria Profissional: Enfermeiros, Médicos, Assistentes Operacionais e Outros;
      • Local de Trabalho:
        • Urgência, Cirurgia Geral, Medicina
        • Clínico (Medicina Interna, Pediatria, Unidade Cuidados Intensivos, Cardiologia, Psiquiatria, Neurologia, Neonatologia, Medicina Física e de Reabilitação, Pneumologia, Internamento Geral, Gastroenterologia, Oncologia, Cuidados Paliativos, Unidade Móvel de Apoio Domiciliário, Imunoalergologia, Cirurgia Geral, Bloco operatório, Urologia, Cirurgia Vascular, Unidade de Cirurgia de Ambulatório, Ortopedia) versus não clínico (Esterilização, Instalações e Equipamentos, Farmácia, Contabilidade/Faturação, Arquivo, Recursos Humanos, Informática, Apoio Clínico).
      • Tempo de serviço: <10, 11-20, >20
      • Horário de Trabalho: com trabalho noturno, sem trabalho
    • Variáveis dependentes: riscos profissionais em profissionais de saúde

Destaca-se que, para a análise estatística, as subcategorias dentro da categoria profissional e dos serviços foram selecionadas com base no maior número absoluto de respostas obtidas.

Tempo de Estudo

O questionário foi aplicado no período decorrente entre 3 de julho e 31 de agosto de 2023.

Método de Avaliação

O contacto com os profissionais foi realizado através do e-mail profissional, com uma nota introdutória explicando o objetivo do questionário, o instrumento de recolha e análise de dados, garantindo anonimidade e confidencialidade. A aceitação da participação era dada ao responder ao questionário.

Para garantir o sucesso da investigação, foi crucial envolver todos os profissionais. A enfermagem do trabalho desempenhou um papel importante na sensibilização dos mesmos, através dos diretores de serviço e gestores. Como facilitador, foram distribuídos cartazes em locais específicos com um código QR de acesso.

Instrumento de Colheita de Dados

Utilizou-se o site “Observatório Português de Fatores Psicossociais Ocupacionais” – POPsy@Work®, que permitiu agregar dois questionários: Questionário de Dados Demográficos e Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II) – Versão Média Portuguesa.

O Questionário de Dados Demográficos incluiu variáveis sociodemográficas e socioprofissionais previamente referidas. As variáveis independentes foram formatadas como perguntas fechadas com múltiplas categorias, e a idade e a antiguidade foram categorizadas por intervalos.

Para avaliar os riscos psicossociais, utilizou-se o COPSOQ II– Versão Média Portuguesa, validado para a população portuguesa por Carlos Fernandes Silva e a sua equipa (22). Trata-se de um questionário de autopreenchimento com 76 itens, respondidos numa escala de Likert de 5 pontos, onde 1 indica “nunca/quase, nunca” e 5 indica “sempre” ou “extremamente”. A versão média inclui dois itens invertidos (42 e 45), onde as respostas são ajustadas conforme a inversão.

O COPSOQ II mede a exposição aos fatores de risco psicossociais e os seus impactos na saúde. É amplamente reconhecido como um dos questionários mais aceites globalmente para avaliação de riscos psicossociais no trabalho, abrangendo uma vasta gama de dimensões psicossociais suportadas pelas teorias mais aceites no campo. As caraterísticas psicométricas do COPSOQ II foram analisadas em vários estudos, apontando para uma boa fiabilidade e consistência interna das escalas, diferenciando bem entre grupos como género, profissão e nível socioeconómico.

O questionário está dividido em oito escalas de fatores psicossociais de risco, cada uma com subescalas detalhadas. A tabela 1 descreve estes grupos de questões. Os fatores numerados de 1 a 9 são considerados “fatores de risco”, do 10 ao 24 são “fatores protetores” e os restantes são “fatores de saúde”.

Este questionário avaliou a perceção dos participantes sobre a sua exposição a cada dimensão dos fatores psicossociais e o seu impacto na saúde. Os resultados são apresentados num formato de “semáforo”, categorizando a média de cada dimensão conforme a distribuição possível: verde (0 a 2,33) para baixo ou sem risco, amarelo (2,34 a 3,66) para risco normal e vermelho (3,67 a 5) para risco elevado (22).

Tratamento de Dados

A recolha de dados foi realizada através da plataforma POPsy@Work®, que integra uma equipa multidisciplinar de investigadores de várias universidades portuguesas.

Esta plataforma permite que os responsáveis pela saúde ocupacional e segurança e saúde no trabalho das empresas possam criar uma conta e avaliar o perfil psicossocial no trabalho dos seus colaboradores, comparando-os anonimamente com os dados de todos os participantes da plataforma. Para maior flexibilidade no tratamento de dados, estes foram extraídos da plataforma em formato Excel e importados para o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 26, onde foi realizada a análise estatística.

Foram utilizados testes de qui-quadrado para analisar a associação entre variáveis qualitativas. Quando a percentagem de células com contagem esperada inferior a 5 foi superior a 20%, utilizou-se o Teste Exato de Fisher-Freeman-Halton, uma extensão do teste de Fisher apropriada para tabelas de contingência com dimensões superiores a 2×2 (superior a duas categorias para cada variável). Para identificar diferenças estatisticamente significativas, aplicaram-se testes z de comparação de proporções com correção Bonferroni. O V de Cramer (φc) foi utilizado como medida da dimensão do efeito. Os testes estatísticos foram realizados considerando um nível de significância de 5%.

Procedimentos Formais e Éticos

A avaliação foi realizada pelo serviço de Medicina do Trabalho do Hospital de Guimarães, após autorização formal da Comissão de Ética. Foi também obtida autorização dos responsáveis pelo COPSOQ II, nomeadamente do Professor Carlos Fernandes da Silva e do Dr. Pedro Bem-Haja, que formaram e apoiaram a investigadora principal quanto ao funcionamento da plataforma utilizada.

O acesso à plataforma foi protegido por senha, conhecida apenas pelos autores do estudo. Os dados pessoais foram obtidos e tratados conforme a legislação europeia e portuguesa em matéria de proteção de dados (Regulamento 2016/679/UE). Após aprovação ética, o questionário foi aplicado, garantindo a confidencialidade, anonimato e proteção de dados dos participantes, que podiam interromper a participação a qualquer momento.

RESULTADOS

Caraterização da amostra

OquestionárioCOPSOQIIteveumaadesãodapopulação-alvode18%.

A amostra deste estudo é composta por 446 participantes, cujas caraterísticas sociodemográficas e socioprofissionais são apresentadas na Tabela 2. A maioria dos participantes são do sexo feminino (n= 364, 81,6%), e mais de metade têm idades compreendidas entre os 36 e os 55 anos (n= 265, 59,4%). No que diz respeito ao nível de escolaridade, a maioria tem o ensino superior (n= 337, 76,4%). No que se refere a caraterísticas socioprofissionais, verifica-se que quase metade da amostra é composta por enfermeiros (n= 214, 48,0%) e em termos de local onde exercem funções destacam-se a Urgência (n= 40, 38,1%), Cirurgia Geral (n= 33, 31,4%) e Medicina Interna (n= 32, 30,5%); de referir ainda que a maioria dos profissionais pertence a serviços clínicos (n= 322, 90,2%). Relativamente ao vínculo laboral, considera-se estável (contrato a tempo indeterminado ou funções públicas) na maioria dos casos (n= 340, 81,3%). Observa-se ainda que 35,4% dos participantes (n= 158) exerce funções há mais de 20 anos e mais de metade faz turnos noturnos (n= 260, 58,3%).

Avaliação do COPSOQ

A análise dos resultados do COPSOQ pressupõe a interpretação fator a fator de acordo com o descrito no manual técnico do COPSOQ II (Silva et al).

O Gráfico 1 apresenta as medidas descritivas relativas às dimensões da perceção dos fatores de risco psicossocial. Salientam-se como dimensões em relação às quais há mais profissionais com perceção de risco elevado para a saúde as “exigências emocionais” (n= 344, 77,1%), “exigências cognitivas” (n= 344, 77,1%) e o “ritmo de trabalho” (n= 255, 57.,2%). Por outro lado, as dimensões “comportamentos ofensivos” (n= 413, 92,6%) e a “transparência do papel laboral” (n= 382, 85,7%) destacam-se como aquelas em que há mais profissionais com perceção de situação favorável para a saúde.

Diferenças na perceção dos riscos profissionais em função das caraterísticas sociodemográficas e socioprofissionais

Nesta secção, analisa-se a perceção de riscos psicossociais apresenta variações com base nas caraterísticas sociodemográficas (idade, género, habilitações literárias) (tabela 3) e socioprofissionais (categoria profissional, serviço, experiência profissional, tipo de vínculo e horário de trabalho) (tabela 4) dos participantes. As tabelas mencionadas apresentam os resultados das análises de diferenças entre participantes ao nível dos domínios da perceção dos riscos profissionais, sendo apresentados apenas aqueles em que se registaram diferenças estatisticamente significativas (p< 0,05).

DISCUSSÃO

Este estudo cumpriu os seus objetivos: avaliar os riscos psicossociais mais prevalentes entre os profissionais de um hospital periférico em Portugal.

Assim como em outras investigações, os grupos profissionais mais representativos foram o pessoal de enfermagem, médico e assistentes operacionais. Embora os Enfermeiros e Assistentes Operacionais tenham fornecido mais respostas em termos absolutos, os Técnicos Superiores de Saúde tiveram a maior taxa de adesão, destacando a importância da comunicação eficaz entre grupos.

A análise evidencia dimensões críticas que são concordantes com as conclusões de outros estudos nacionais e internacionais (23) (24) (25). Estas são apontadas, transversalmente, como tendo uma relação positiva com problemas de saúde mental independentemente da categoria profissional (26) (27).

Globalmente, a categoria dos fatores de saúde encontra-se como risco moderado. Segundo Gray e Bridgeman (28) (29), os profissionais de saúde enfrentam elevadas taxas de problemas de saúde mental, como burnout, transtorno de stress pós-traumático, ansiedade e depressão devido às condições psicossociais no local de trabalho. Pela sua gravidade, seria de extrema importância a abordagem de mitigação precoce, já realçada por Cotrim (25), que associam estas dimensões à capacidade para o trabalho.

Os resultados também sublinham a influência das variáveis sociodemográficas e socioprofissionais na perceção dos riscos. O género feminino demonstrou uma maior perceção de risco em várias dimensões. Estudos indicam que as trabalhadoras experienciam maior exposição a riscos psicossociais, embora tenham mais recursos no trabalho para enfrentar essas exigências (30).

Dado o envelhecimento crescente da população trabalhadora, as diferenças relativas ao grupo etário também são dignas de nota. Para efeitos de análise dos resultados, e dada a sua intrínseca relação, optou-se por agregar as variáveis de grupo etário e tempo de serviço na análise dos riscos psicossociais em profissionais. Profissionais com mais idade/mais tempo de serviço apresentam resultados mais positivos nas dimensões relacionadas com a insegurança, influência, significado e transparência no trabalho, dada a sua maior experiência profissional. Contudo, a necessidade contínua de atualização científica de elevada complexidade pode constituir um fator de desgaste ao longo dos anos, dadas as alterações da capacidade de adaptação e aprendizagem destes profissionais. Grupos etários mais jovens encontram mais recursos no trabalho e menos exigências (30), justificando a observação de que os trabalhadores mais velhos parecem encontrar maiores efeitos negativos nos fatores de saúde (31) (32). Profissionais com menos de dez anos de serviço apresentam maior insegurança laboral, mas uma perceção geral positiva da sua saúde.

Este estudo sugere que profissionais de saúde com níveis de escolaridade mais altos possuem melhor capacidade de gestão de stress, maior acesso a recursos e autonomia (de decisão, gestão, entre outros), influenciando a sua perceção dos riscos psicossociais. No entanto, também têm maiores expectativas em relação ao ambiente de trabalho e progressão de carreira (33). A escolaridade desempenha um papel relevante. Trabalhadores com menor escolaridade percecionam maiores riscos psicossociais, sublinhando a importância de programas de educação contínua e formação em saúde ocupacional.

Na sequência dos fatores enumerados previamente, os médicos e enfermeiros parecem estar sujeitos a altos níveis de exigências cognitivas e emocionais devido à natureza complexa e elevada responsabilidade do seu trabalho, que desafiam a sua capacidade de gerir os conflitos entre vida profissional e pessoal, implicam longas horas de trabalho e pressão para manter altos padrões de desempenho. Pelo contrário, a perceção de riscos psicossociais entre os assistentes operacionais pode explicar-se pela natureza muitas vezes invisível e subvalorizada do seu trabalho e falta de oportunidades de progressão na carreira (34).

A literatura evidencia que profissionais que trabalham em serviços de urgência reportam frequentemente altos níveis de stress devido ao volume e à natureza imprevisível de trabalho. No entanto, também permite desenvolver níveis elevados de autoeficácia e compromisso com o trabalho, possivelmente devido à natureza crítica das suas funções e ao impacto direto que percebem no atendimento ao paciente. A satisfação no trabalho, frequentemente relacionada com a realização pessoal e profissional, também é reportada como elevada (35). Na área da Medicina Interna, onde decisões médicas complexas são frequentes e podem afetar significativamente os resultados dos pacientes, a literatura aponta para uma alta perceção de risco associada às exigências cognitivas e à influência no trabalho (36). Profissionais de Cirurgia Geral enfrentam desafios relacionados ao ritmo de trabalho e à pressão constante para manter a precisão sob condições de stress, mas percecionam positivamente a qualidade e suporte da liderança, que são fundamentais para o desempenho da equipa (37) e enfatiza a importância da coordenação e da comunicação eficaz em equipa em contextos de alta pressão.

Existe uma perceção generalizada que nos serviços não clínicos, muitas vezes caracterizados por funções administrativas ou de suporte, existem menos exigências emocionais, mas a falta de flexibilidade e autonomia no trabalho, bem como a escassa interação com colegas, pode levar a conflitos de funções e a sentimentos de injustiça ou subvalorização, que são associados a sintomas depressivos e problemas de bem-estar (35) (38).

O impacto dos turnos de trabalho, especialmente os noturnos, está associado a maiores riscos de conflitos trabalho-família e problemas de saúde, como os problemas músculo-esqueléticos, exigindo uma atenção particular em políticas de gestão de horários e suporte ocupacional (39) (40).

O presente estudo destaca-se pela inclusão de diversas categorias profissionais dentro do ambiente hospitalar, oferecendo uma perspetiva mais holística dos riscos psicossociais enfrentados em diferentes níveis de atuação profissional. Além disso, a investigação, ao fazer uso das subescalas do COPSOQ, proporcionou uma análise detalhada da interação entre diversas variáveis, contribuindo para uma compreensão mais profunda de como diferentes fatores se inter-relacionam e impactam o bem-estar dos profissionais de saúde, um aspeto muitas vezes negligenciado pela literatura existente.

A taxa de adesão superior à de muitos estudos semelhantes revela que as medidas de sensibilização foram eficazes. A utilização de uma plataforma de recolha de dados prática facilitou a obtenção e análise dos resultados. Contudo, para efeitos do presente estudo, a avaliação estatística fornecida pela plataforma mostrou-se insuficiente.

Apesar das conquistas, o estudo enfrenta desafios comuns na pesquisa de riscos psicossociais, como a escassez de estudos longitudinais e a variação nas metodologias de avaliação. A padronização das medidas e o uso de instrumentos validados internacionalmente são essenciais para melhorar a qualidade e a comparabilidade dos dados coletados. Além disso, o método de avaliação utilizado, apesar de abrangente, revelou-se extenso e as questões apresentadas foram percecionadas como subjetivas ou de difícil interpretação por alguns participantes, o que pode influenciar a precisão das respostas e constituir um fator de desistência de muitos profissionais. O viés de participação também é uma preocupação, pois os profissionais que responderam podem estar sujeitos a níveis mais altos de stress psicológico, distorcendo a representação dos riscos psicossociais no ambiente hospitalar.

CONCLUSÃO

Este estudo revelou dados importantes sobre a perceção de riscos psicossociais entre profissionais de saúde num hospital periférico à luz do conhecimento atual, destacando-se pela sua abrangência e por explorar os efeitos combinados e interativos de múltiplos riscos psicossociais. Entre os achados mais significativos, salientam-se as altas taxas de perceção de risco elevado nas dimensões de exigências cognitivas e emocionais e no ritmo de trabalho.

Surpreendentemente, a taxa de adesão ao estudo foi superior ao observado na maioria dos estudos semelhantes.

Em termos de variáveis sociodemográficas, notou-se que o género feminino vivencia um risco mais elevado em dimensões como burnout e problemas em dormir.

Neste estudo, observou-se que os profissionais de saúde com mais idade, bem como aqueles com mais anos de serviço, tendem a ter uma perceção mais favorável em várias dimensões psicossociais importantes, como influência no trabalho, justiça e respeito, possibilidade de desenvolvimento, reconhecimento e transparência. Em contraste, a mesma população apresenta uma perceção elevada de risco em áreas como burnout, saúde geral e stress. Profissionais com menos de dez anos de serviço apresentam maior insegurança laboral, mas uma perceção geral positiva da sua saúde.

A escolaridade mostrou um peso significativo na perceção de risco, com profissionais de ensino superior a reportarem uma perceção mais favorável em variáveis como comunidade social no trabalho, possibilidade de desenvolvimento, entre outras. Inversamente, aqueles com escolaridade até ao ensino secundário tiveram uma perceção mais negativa destas mesmas variáveis, bem como de outras dimensões, como a saúde geral.

Os resultados por local de trabalho foram particularmente curiosos. Os trabalhadores da Urgência destacaram-se positivamente quanto à autoeficácia, satisfação laboral e compromisso com o local de trabalho, enquanto o suporte e a qualidade da liderança também foram altamente valorizados pelo serviço de Cirurgia Geral. Nos serviços não clínicos, houve uma perceção de risco elevado em fatores de saúde, como sintomas depressivos, enquanto nos clínicos destacam-se as exigências emocionais.

O trabalho por turnos revelou contrastes marcantes. Os profissionais que realizam turnos noturnos reportaram uma perceção de risco elevado em muitas dimensões, tais como: conflito trabalho-família, sintomas depressivos, justiça e respeito, entre outros. Por outro lado, aqueles sem turnos noturnos perceberam as mesmas dimensões de forma mais favorável, destacando o impacto significativo dos horários de trabalho sobre a saúde psicossocial.

Este estudo permitiu, assim, contribuir para a implementação de uma metodologia de gestão dos riscos psicossociais do trabalho no Hospital Senhora Oliveira, identificando situações que requerem intervenção urgente pelo serviço de Medicina do Trabalho e estabelecendo protocolos para a intervenção do Psicólogo da Saúde Ocupacional em emergências, catástrofes e casos de violência interpessoal. Como resultado, foram feitas alterações organizacionais, incluindo a reorganização de equipas e horários, melhoria da relação colaborador-doente/tarefa e promoção da colaboração inter-equipas. Atualmente, em parceria com o serviço de Psicologia, já se realizam focus groups em alguns serviços do hospital, permitindo adaptar as estratégias de intervenção às necessidades específicas de cada serviço. Além disso, foi disponibilizada uma formação online para todos os profissionais, visando aumentar a consciencialização sobre os riscos psicossociais identificados e facilitar os ajustamentos necessários.

Este será, potencialmente, o primeiro passo na gestão dos riscos psicossociais. No futuro, é crucial que a avaliação dos riscos psicossociais seja contínua e integrada no planeamento estratégico do hospital. Por fim, um diálogo permanente entre investigadores, profissionais de saúde e gestores hospitalares é essencial para garantir que as intervenções sejam baseadas em evidências e adequadas às realidades do ambiente de trabalho, promovendo um ambiente mais saudável e produtivo.

REFERÊNCIAS

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Tabela1– Subescalas do questionário COPSO II, versão média.

Tabela 2 – Medidas descritivas relativas a caraterísticas sociodemográficas e socioprofissionais da amostra.

n %
Sexo

Feminino

 

364

 

81,6

Masculino 82 18,4
Idade

Até 35 anos

 

125

 

28,0

36-55 anos 265 59,4
≥ 56 anos 56 12,6
Habilitações

Até ensino secundário

 

104

 

23,6

Ensino superior Categoria profissional

Enfermeiros

337

 

 

 

214

76,4

 

 

 

48,0

Médicos 44 9,9
Assistentes 91 20,4
operacionais

Outros

 

97

 

21,7

Local

Urgência

 

40

 

38,1

Cirurgia Geral 33 31,4
Medicina Interna 32 30,5
Clínico 322 90,2
Não clínico 35 9,8
Vínculo laboral

Instável

 

78

 

18,7

Estável 340 81,3
Tempo serviço

< 10 anos

 

138

 

30,9

11-20 anos 150 33,6
> 20 anos 158 35,4
Tipo de horário

Sem noites

 

186

 

41,7

Com noites 260 58,3

Gráfico 1 – Gráfico de semáforo da perceção dos fatores de risco psicossocial dos profissionais do HSOG.

 

Tabela 3 – Diferenças na perceção dos riscos profissionais em função das variáveis sexo, idade e nível de escolaridade.

Feminino

(n = 364)

n (%)

Masculino

(n = 82)

n (%)

Χ2 (2) p φc
Comportamentos ofensivos Teste de Fisher1 0,003 0,17
Favorável 344 (94,5) 69 (84,1)
Intermédia 20 (5,5) 12 (14,6)
Risco elevado 0 (0,0) 1 (1,2)
Exigências quantitativas 10,37 0,007 0,15
Favorável 108 (29,7) 26 (31,7)
Intermédia 177 (48,6) 26 (31,7)
Risco elevado 79 (21,7) 30 (36,6)
Confiança vertical 9,90 0,011 0,15
Favorável 231 (63,5) 40 (48,8)
Intermédia 121 (33,2) 34 (41,5)
Risco elevado 12 (3,3) 8 (9,8)
Influência no trabalho 9,30 0,013 0,14
Favorável 39 (10,) 15 (18,3)
Intermédia 136 (37,4) 39 (47,6)
Risco elevado 189 (51,9) 28 (34,1)
Significado do trabalho 10,91 0,007 0,16
Favorável 294 (80,8) 65 (79,3)
Intermédia 56 (15,4) 7 (8,5)
Risco elevado 14 (3,8) 10 (12,2)
Burnout 8,21 0,020 0,14
Favorável 39 (10,7) 16 (19,5)
Intermédia 175 (48,1) 44 (53,7)
Risco elevado 150 (41,2) 22 (26,8)
Problemas em dormir 9,12 0,014 0,14
Favorável 101 (27,7) 33 (40,2)
Intermédia 144 (39,6) 35 (42,7)
Risco elevado 119 (32,7) 14 (17,1)
Saúde Geral 12,05 0,004 0,16
Favorável 93 (25,5) 34 (41,5)
Intermédia 154 (42,3) 35 (42,7)
Risco elevado 117 (32,1) 13 (15,9)
≤ 35

(n = 125)

n (%)

36-55

(n = 265)

n (%)

≥ 56

(n = 56)

n (%)

Χ2 (4) p
Conflito trabalho Família 11,21 0,024 0,11
Favorável 38 (30,4) 83 (31,3) 19 (33,9)
Intermédia 30 (24,0) 92 (34,7) 24 (42,9)
Risco elevado 57 (45,6) 90 (34,0) 13 (23,2)
Insegurança laboral 16,48 0,002 0,14
Favorável 76 (60,8) 195 (73,6) 50 (89,3)
Intermédia 21 (16,8) 29 (10,9) 3 (5,4)
Risco elevado 28 (22,4) 41 (15,5) 3 (5,4)
Ritmo de trabalho 10,70 0,028 0,11
Favorável 13 (10,4) 20 (7,5) 8 (14,3)
Intermédia 32 (25,6) 93 (35,1) 25 (44,6)
Risco elevado 80 (64,0) 152 (57,4) 23 (41,1)
Comunidade social no trabalho 12,73 0,011 0,12
Favorável 68 (54,4) 165 (62,3) 45 (80,4)
Intermédia 43 (34,4) 82 (30,9) 10 (17,9)
Risco elevado 14 (11,2) 18 (6,8) 1 (1,8)
Influência no trabalho 21,42 0,001 0,16
Favorável 10 (8,0) 28 (10,6) 16 (28,6)
Intermédia 45 (36,0) 106 (40,0) 24 (42,9)
Risco elevado 70 (56,0) 131 (49,4) 16 (28,6)
Justiça e respeito 13,28 0,008 0,12
Favorável 32 (25,6) 83 (31,3) 29 (51,8)
Intermédia 71 (56,8) 138 (52,1) 23 (41,1)
Risco elevado 22 (17,6) 44 (16,6) 4 (7,1)
Significado do trabalho 12,01 0,017 0,12
Favorável 89 (71,2) 221 (83,4) 49 (87,5)  
Intermédia 28 (22,4) 29 (10,9) 6 (10,7)  
Risco elevado 8 (6,4) 15 (5,7) 1 (1,8)  
Transparência  
Favorável 99 (79,2) 230 (86,8) 53 (94,6) Teste Fisher1 0,025 0,11
Intermédia 21 (16,8) 32 (12,1) 2 (3,6)  
Risco elevado 5 (4,0) 3 (1,1) 1 (1,8)  
Burnout 13,92 0,007 0,13
Favorável 20 (16,0) 28 (10,6) 7 (12,5)  
Intermédia 51 (40,8) 130 (49,1) 38 (67,9)  
Risco elevado 54 (43,2) 107 (40,4) 11 (19,6)  
Saúde geral 17,61 0,001 0,14
Favorável 49 (39,2) 69 (26,0) 9 (16,1)  
Intermédia 47 (37,6) 121 (45,7) 21 (37,5)  
Risco elevado 29 (23,2) 75 (28,3) 26 (46,4)  
Stress 15,83 0,002 0,13
Favorável 30 (24,0) 65 (24,5) 16 (28,6)  
Intermédia 50 (40,0) 134 (50,6) 35 (62,5)  
Risco elevado 45 (36,0) 66 (24,9) 5 (8,9)  
Até ensino secundário

(n = 104)

n (%)

Ensino superior

(n = 337)

n (%)

Χ2 (2) p φc  
Confiança horizontal 11,79 0,003 0,16  
Favorável 53 (51,0) 150 (44,5)  
Intermédia 36 (34,6) 167 (49,6)  
Risco elevado 15 (14,4) 20 (5,9)  
Exigências cognitivas Teste de Fisher1 0,002 0,18  
Favorável 4 (3,8) 1 (0,3)  
Intermédia 30 (28,8) 66 (19,6)  
Risco elevado 70 (67,3) 270 (80,1)  
Insegurança laboral 10,97 0,004 0,16  
Favorável 66 (63,5) 253 (75,1)  
Intermédia 11 (10,6) 42 (12,5)  
Risco elevado 27 (26,0) 42 (12,5)  
Comunidade social no trabalho 24,75 < 0,001 0,24  
Favorável 52 (50,0) 224 (66,5)  
Intermédia 33 (31,7) 99 (29,4)  
Risco elevado 19 (8,3) 14(4,2)  
Possibilidades de desenvolvimento 20,18 < 0,001 0,21  
Favorável 63 (60,6) 264 (78,3)  
Intermédia 32 (30,8) 68 (20,2)  
Risco elevado 9 (8,7) 5 (1,5)  
Suporte social de colegas 16,69 < 0,001 0,20  
Favorável 37 (35,6) 142 (42,1)  
Intermédia 42 (40,4) 165 (49,0)  
Risco elevado 25 (24,0) 30 (8,9)  
Problemas em dormir 22,85 < 0,001 0,23  
Favorável 13 (12,5) 117 (34,7)  
Intermédia 45 (43,3) 134 (39,8)  
Risco elevado 46 (44,2) 86 (25,5)  
Saúde geral 9,26 0,010 0,15  
Favorável 24 (23,1) 102 (30,3)  
Intermédia 37 (35,6) 148 (43,9)  
Risco elevado 43 (41,3) 87 (25,8)  
1-     O ‘teste de Fisher’ refere-se ao Teste Exato de Fisher-Freeman-Halton.

 

Tabela 4 – Diferenças na perceção dos riscos profissionais em função da categoria profissional, local de exercício das funções, clínico vs. não clínico, em função do tempo de serviço e do tipo de horário.

Enfermeiros

 

(n = 214)

n (%)

Médicos

 

(n = 44)

n (%)

Assistentes operacionais

(n = 91)

n (%)

Outros

 

(n = 97)

n (%)

Χ2 (6) p φc
Confiança horizontal 24,54 < 0,001 0,17
Favorável 91 (42,5) 23 (52,3) 33 (36,3) 59 (60,8)
Intermédia 109 (50,9) 19 (43,2) 42 (46,2) 34 (35,1)
Risco elevado 14 (6,5) 2 (4,5) 16 (17,6) 4 (4,1)
Conflito trabalho-família 31,52 < 0,001 0,19
Favorável 55 (25,7) 10 (22,7) 26 (28,6) 49 (50,5)
Intermédia 80 (37,4) 8 (18,2) 33 (36,3) 25 (25,8)
Risco elevado 79 (36,9) 26 (59,1) 32 (35,2) 23 (23,7)
Exigências cognitivas Teste de Fisher1 < 0,001 0,18
Favorável 0 (0,0) 1 (2,3) 3 (3,3) 1 (1,0)
Intermédia 34 (15,9) 3 (6,8) 29 (31,9) 31 (32,0)
Risco elevado 180 (84,1) 40 (90,9) 59 (64,8) 65 (67,0)
Exigências emocionais Teste de Fisher1 < 0,001 0,20
Favorável 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (2,2) 10 (10,3)
Intermédia 38 (17,8) 5 (11,4) 24 (26,4) 23 (23,7)
Risco elevado 176 (82,2) 39 (88,6) 65 (71,4) 64 (66,0)
Exigências quantitativas 27,37 <0,001 0,18
Favorável 52 (24,3) 8 (18,2) 25 (27,5) 49 (50,5)
Intermédia 103 (48,1) 23 (52,3) 47 (51,6) 30 (30,9)
Risco elevado 59 (27,6) 13 (29,5) 19 (20,9) 18 (18,6)
Comunidade social no trabalho 45,96 <0,001 0,23
Favorável 138 (64,5) 30 (68,2) 39 (42,9) 71 (73,2)
Intermédia 72 (33,6) 12 (27,3) 33 (36,3) 18 (18,6)
Risco elevado 4 (1,9) 2 (4,5) 19 (20,9) 8 (8,2)
Justiça e respeito 15,87 0,012 0,13
Favorável 62 (29,0) 9 (20,5) 27 (29,7) 46 (47,4)
Intermédia 120 (56,1) 26 (59,1) 46 (50,5) 40 (41,2)
Risco elevado 32 (15,0) 9 (20,5) 19 (19,8) 11 (11,3)
Possibilidades de desenvolvimento Teste Fisher1 <0,001 0,21
Favorável 173 (80,8) 38 (86,4) 51 (56,0) 69 (71,1)
Intermédia 40 (18,7) 6 (13,6) 30 (33,0) 25 (25,8)
Risco elevado 1 (0,5) 0 (0,0) 10 (11,0) 3 (3,1)
Suporte social de colegas
Favorável 81 (37,9) 21 (47,7) 25 (27,5) 53 (54,6) 29,82 <0,001 0,18
Intermédia 116 (54,2) 18 (40,9) 44 (48,4) 32 (33,0)
Risco elevado 17 (7,9) 5(11,4) 22 (24,2) 12 (12,4)
Problemas em dormir 21,31 0,002 0,16
Favorável 72 (33,6) 18 (40,9) 14 (15,4) 30 (30,9)
Intermédia 84 (39,3) 15 (34,1) 35 (38,5) 45 (46,4)
Risco elevado 58 (27,1) 11 (25,0) 42 (46,2) 22 (22,7)
Saúde geral 16,66 0,009 0,14
Favorável 58 (27,1) 21 (47,7) 18 (19,8) 30 (30,9)
Intermédia 99 (46,3) 15 (34,1) 36 (39,6) 39 (40,2)
Risco elevado 57 (26,6) 8 (18,2) 37 (40,7) 28 (28,9)
Urgência

 

(n = 40)

n (%)

Cirurgia geral

(n = 33)

n (%)

Medicina interna

(n = 32)

n (%)

Χ2 (4) p φc
Comportamentos ofensivos 22,91 <0,001 0,47
Favorável 22 (55,0) 30 (90,9) 31 (96,9)
Intermédia 18 (45,0) 3 (9,1) 1 (3,1)
Risco elevado 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)
Confiança horizontal Teste de Fisher1 0,028 0,22
Favorável 18 (45,0) 11 (33,3) 21 (65,6)
Intermédia 18 (45,0) 21 (63,6) 8 (25,0)
Risco elevado 4 (10,0) 1 (3,0) 3 (9,4)
Exigências cognitivas Teste de Fisher1 0,031 0,20
Favorável 1 (2,5) 0 (0,0) 1 (3,1)
Intermédia 2 (5,0) 5 (15,2) 9 (28,1)
Risco elevado 37 (92,5) 28 (84,8) 22 (68,8)
Ritmo de trabalho Teste de Fisher1 0,041 0,22
Favorável 3 (7,5) 0 (0,0) 6 (18,8)
Intermédia 10 (25,0) 5 (15,2) 8 (25,0)
Risco elevado 27 (67,5) 28 (84,8) 18 (56,3)
Autoeficácia Teste de Fisher1 0,007 0,25
Favorável 21 (52,5) 10 (30,3) 6 (18,8)
Intermédia 19 (47,5) 23 (69,7) 24 (75,0)
Risco elevado 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (6,3)
Compromisso face ao local de trabalho Teste de Fisher1 0,012 0,23
Favorável 11 (27,5) 9 (27,3) 1 (3,1)
Intermédia 25 (62,5) 19 (57,6) 29 (90,6)
Risco elevado 4 (10,0) 5 (15,2) 2 (6,3)
Influência no trabalho Teste de Fisher1 0,023 0,23
Favorável 2 (5,0) 4 (12,1) 0 (0,0)
Intermédia 22 (55,0) 12 (36,4) 9 (28,1)
Risco elevado 16 (40,0) 17 (51,5) 23 (71,9)
Qualidade da liderança
Favorável 19 (47,5) 23 (69,7) 9 (28,1) 14,36 0,004 0,26
Intermédia 11 (27,5) 9 (27,3) 15 (46,9)
Risco elevado 10 (25,0) 1 (3,0) 8 (25,0)
Satisfação com o trabalho 18,05 0,001 0,29
Favorável 16 (40,0) 6 (18,2) 2 (6,3)
Intermédia 11 (27,5) 21 (63,6) 22 (68,8)
Risco elevado 13 (32,5) 6 (18,2) 8 (25,0)
Suporte social de superiores 22,76 <0,001 0,33
Favorável 10 (25,0) 20 (60,6) 4 (12,5)
Intermédia 15 (37,5) 10 (30,3) 11 (34,4)
Risco elevado 15 (37,5) 3 (9,1) 17 (53,1)
Não Clínico

(n = 35)

n (%)

Clínico

(n = 322)

n (%)

Χ2 (2) P φc
Conflitos de papéis laborais 10,16 0,010 0,17
Favorável 12 (34,3) 44 (13,7)
Intermédia 15 (42,9) 178 (55,3)
Risco elevado 8 (22,9) 100 (31,1)
Exigências emocionais Teste de Fisher1 0,003 0,19
Favorável 1 (2,9) 2 (0,6)
Intermédia 13 (37,1) 49 (15,2)
Risco elevado 21 (60,0) 271 (84,2)
Comunidade social no trabalho 15,24 0,002 0,21
Favorável 16 (45,7) 197 (61,2)
Intermédia 11 (31,4) 108 (33,5)
Risco elevado 8 (22,9) 17 (5,3)
Sintomas depressivos 6,97 0,034 0,14
Favorável 7 (20,0) 119 (37,0)
Intermédia 18 (51,4) 158 (49,1)
Risco elevado 10 (28,6) 45 (14,0)
< 10 anos

(n = 138)

n (%)

11-20 anos

(n = 150)

n (%)

> 20 anos

(n = 158)

n (%)

Χ2 (4) p φc
Insegurança laboral 37,42 < 0,001 0,21
Favorável 74 (53,6) 114 (76,0) 133 (84,2)
Intermédia 24 (17,4) 17 (11,3) 12 (7,6)
Risco elevado 40 (29,0) 19 (12,7) 13 (8,2)
Influência no trabalho 19,32 0,001 0,15
Favorável 8 (5,8) 17 (11,3) 29 (18,4)
Intermédia 50 (36,2) 54 (36,0) 71 (44,9)
Risco elevado 80 (58,0) 79 (52,7) 58 (36,7)
Justiça e respeito 11,76 0,018 0,12
Favorável 31 (22,5) 49 (32,7) 64 (40,5)
Intermédia 82 (59,4) 75 (50,0) 75 (47,5)
Risco elevado 25 (18,1) 26 (17,3) 19 (12,0)
Possibilidades de desenvolvimento Teste de Fisher1 0,001 0,15
Favorável 86 (62,3) 115 (76,7) 130 (82,3)
Intermédia 43 (31,2) 31 (20,7) 27 (17,1)
Risco elevado 9 (6,5) 4 (2,7) 1 (0,6)
Reconhecimento 10,69 0,029 0,11
Favorável 58 (42,0) 84 (56,0) 93 (58,9)
Intermédia 53 (38,4) 49 (32,7) 43 (27,2)
Risco elevado 27 (196) 17 (11,3) 22 (13,9)
Transparência Teste de Fisher1 0,021 0,11
Favorável 111 (80,4) 125 (83,3) 146 (92,4)
Intermédia 22 (15,9) 22 (14,7) 11 (7,0)
Risco elevado 5 (3,6) 3 /2,0) 1 (0,6)
Saúde geral 14,39 0,007 0,13
Favorável 55 (39,9) 36 (24,0) 36 (22,8)
Intermédia 51 (37,0) 71 (47,3) 67 (42,4)
Risco elevado 32 (23,2) 43 (28,7) 55 (34,8)
Sem noites

(n = 186)

n (%)

Com noites

(n = 260)

n (%)

Χ2 (2) p φc
Comportamentos ofensivos Teste de Fisher1 0,001 0,17
Favorável 182 (97,8) 231 (88,8)
Intermédia 4 (2,2) 28 (10,8)
Risco elevado 0 (0,0) 1 (0,4)
Conflito trabalho-família 18,09 <0,001 0,20
Favorável 78 (41,9) 62 (23,8)
Intermédia 57 (30,6) 89 (34,2)
Risco elevado 51 (27,4) 109 (41,9)
Conflitos de papéis laborais 8,66 0,015 0,14
Favorável 37 (19,9) 38 (14,6)
Intermédia 111 (59,7) 137 (52,7)
Risco elevado 38 (20,4) 85 (32,7)
Exigências emocionais 24,92 < 0,001 0,24
Favorável 9 (4,8) 3 (1,2)
Intermédia 55 (29,6) 35 (13,5)
Risco elevado 122 (65,6) 222 (85,4)
Exigências quantitativas 13,37 0,002 0,17
Favorável 72 (38,7) 62 (23,8)
Intermédia 80 (43,0) 123 (47,3)
Risco elevado 34 (18,3) 75 (28,8)
Ritmo de trabalho 7,40 0,027 0,13
Favorável 24 (12,9) 17 (6,5)
Intermédia 67 (36,0) 83 (31,9)
Risco elevado 95 (51,1) 160 (61,5)
Compromisso face ao local de trabalho 12,51 0,003 0,17
Favorável 53 (28,5) 53 (20,4)
Intermédia 120 (64,5) 161 (61,9)
Risco elevado 13 (7,0) 46 (17,7)
Comunidade social no trabalho 6,71 0,037 0,12
Favorável 129 (69,4) 149 (57,3)
Intermédia 46 (24,7) 89 (34,2)
Risco elevado 11 (5,9) 22 (8,5)
Influência no trabalho 31,54 < 0,001 0,27
Favorável 38 (20,4) 16 (6,2)
Intermédia 82 (44,1) 93 (35,8)
Risco elevado 66 (35,5) 151 (58,1)
Justiça e respeito 22,63 < 0,001 0,23
Favorável 81 (43,5) 63 (24,2)
Intermédia 88 (47,3) 144 (55,4)
Risco elevado 17 (9,1) 53 (20,4)
Reconhecimento 8,66 0,014 0,14
Favorável 108 (58,1) 127 (48,8)
Intermédia 61 (32,8) 84 (32,3)
Risco elevado 17 (9,1) 49 (18,8)
Satisfação com o trabalho 13,43 0,001 0,17
Favorável 48 (25,8) 48 (18,5)
Intermédia 118 (63,4) 150 (57,7)
Risco elevado 20 (10,8) 62 (23,8)
Suporte social de colegas
Favorável 89 (47,8) 91 (35,0) 7,45 0,025 0,13
Intermédia 76 (40,9) 134 (51,5)
Risco elevado 21 (11,3) 35 (13,5)
Problemas em dormir 6,85 0,033 0,12
Favorável 61 (32,8) 73 (28,1)
Intermédia 82 (44,1) 97 (37,3)
Risco elevado 43 (23,1) 90 (34,6)
1 – O ‘teste de Fisher’ refere-se ao Teste Exato de Fisher-Freeman-Halton

(1)Joana Peixoto

Médica Interna de Medicina do Trabalho na Unidade Local de Saúde do Alto Ave. Mestrado Integrado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. MORADA COMPLETA: Serviço de Saúde Ocupacional, Rua dos Cutileiros 114, Creixomil, 4835-044 Guimarães. E-MAIL: joana.ff.peixoto@ulsaave.min-saude.pt. ORCID: 0000- 0003-1032-6090.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO:  Autor principal do artigo, aquisição de dados, revisão bibliográfica, conceção e redação do manuscrito.

(2)Gerly Macedo

Psicóloga especialista em clínica e saúde. Pós graduada em psicologia saúde ocupacional. Coordenadora da Unidade de Psicologia Clínica e da Saúde na Unidade Local de Saúde do Alto Ave. 4835-044 Guimarães. E-MAIL: gerlymacedo@ulsaave.min-saude.pt. ORCID: 0000- 0002-6988-0822.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: Escolha do Tema, desenho do estudo.

(3)Bárbara Silva

Médica Interna de Medicina do Trabalho na Unidade Local de Saúde do Alto Ave. Mestrado Integrado em Medicina pela Escola de Medicina da Universidade do Minho. 4835-044 Guimarães. E-MAIL: barbarasofiasilva@ulsaave.min-saude.pt.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: Revisão crítica do manuscrito

(4)Filipa Costa

Médica Interna de Medicina do Trabalho na Unidade Local de Saúde do Alto Ave. Mestrado Integrado em Medicina pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. 4835-044 Guimarães. E-MAIL: filipamariacosta@ulsaave.min-saude.pt.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: Revisão crítica do manuscrito.

(5)Gracinda Lage

Enfermeira do Serviço de Saúde Ocupacional na Unidade Local de Saúde do Alto Ave. Competência Acrescida Diferenciada em Enfermagem do Trabalho. 4835-044 Guimarães. E-MAIL: gracindalage@ulsaave.min-saude.pt.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: Aquisição de dados, revisão crítica do manuscrito.

(6)Micaela Salgado

Psicóloga na Unidade de Psicologia Clínica e da Saúde na Unidade Local de Saúde do Alto Ave. 4835-044 Guimarães. E-MAIL: micaela.salgado@outlook.pt.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: Aquisição de dados, revisão crítica do manuscrito.

(7)Sílvia Oliveira

Diretora do Serviço de Saúde Ocupacional da Unidade Local de Saúde do Alto Ave. Médica Especialista em Medicina do Trabalho. Mestrado Integrado em Medicina pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. 4835-044 Guimarães. E-MAIL: silviasousaoliveira@ulsaave.min-saude.pt.

– CONTRIBUIÇÃO PARA O ARTIGO: Escolha do tema, desenho do estudo, revisão crítica do manuscrito.

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