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Estatuto editorial

Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) para Músicos

22 Junho, 2016Artigos Originais

 

HEARING LOSS PREVENTION PROGRAM (HLPP) FOR MUSICIANS

 

TIPO DE ARTIGO: Estudo epidemiológico (Observacional Analítico Transversal)
Autores: Munhoz G[1], Lopes A[2]

 

RESUMO

INTRODUÇÃO

O programa de prevenção de perdas auditivas (PPPA) tem por objetivos prevenir o surgimento ou agravamento da hipoacúsia, mas são escassas as informações sobre um PPPA destinado especificamente aos músicos.

OBJETIVO

Submeter os músicos ao programa de prevenção de perdas auditivas (PPPA) e verificar sua eficácia.

MATERIAL E MÉTODO

Este trabalho teve aprovação do Comité de Ética em Pesquisa em Seres Humanos datado de 30/04/2014, de acordo com a Resolução CNS 466/12, CAAE 30315914.7.0000.5417 de número 640.183. Participaram nesta investigação quatro bandas musicais, que foram submetidos ao PPPA nas seguintes etapas: (1) medição do nível de pressão sonora (NPS) no ensaio e show; (2) entrevista específica, (3) Audiometria Tonal Liminar e de Altas Frequências, Logoaudiometria, Imitanciometria e Emissões Otoacústicas Transientes e Produto de Distorção; (4) orientação sobre a utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e (5) a realização de medidas educativas por meio de workshops.

RESULTADOS

Os níveis de pressão sonora (NPSs) durante os ensaios e shows foram elevados. Todos os músicos avaliados referiram acufenos. Encontrou-se também dificuldade na compreensão da linguagem oral na generalidade destes profissionais, mas com maior prevalência nos que tocavam baixo (75%). Ao traçar o perfil audiológico dos músicos foram encontrados maiores médias dos limiares audiológicos por frequência dos instrumentos estudados em 3, 4 e 6KHz (voz), 3 e 4KHz (guitarra), 3, 4 e 6KHz (baixo) e 3 e 4KHz (bateria) e presença de entalhe nas frequências de 2, 4, 6 e 8KHz na audiometria tonal liminar; já nas altas frequências, em todas apareceram ao menos um caso; reflexos ausentes em 4KHz (ipsi e contralateral); durante as EOE por estímulo transiente encontramos ausência de resposta em 4KHz em 100% dos baixistas bilateralmente e na produto de distorção ausência de respostas em 50% na frequência de 6KHz, sendo assim pesquisada a curva de crescimento (dp growth rate) aparecendo resposta em 75dB. Quanto aos achados obtidos referentes a avaliação realizada pelos participantes sobre o website, vimos que o mesmo responde às necessidades para promoção da saúde auditiva em músicos.

CONCLUSÃO

Justificam-se medidas preventivas e a inserção dos músicos em um PPPA, de forma a proporcionar aos mesmos uma melhor qualidade de vida laboral e geral, não esquecendo também que são profissinais que precisam de ter uma audição apurada, para conseguirem executar com maior facilidade as suas tarefas.

Palavras-chave: perda auditiva; perda auditiva provocada por ruído; ruído ocupacional; música.


ABSTRACT

INTRODUCTION

The Hearing Loss Prevention Program (HLPP) reduces the risk associated with high levels of noise exposure and it aims to prevent not only the begining but also the worsening of this situation, but the information on a HLPP intended specially for professional music are scarce.

OBJECTIVE

Submit the musicians to the HLPP and verify its effectiveness.

MATERIAL AND METHODS

This work was approved by the Research Ethics Committee in Human Beings dated 30/04/2014, according to CNS Resolution 466/12, CAAE 30315914.7.0000.5417 number 640,183. Participated components from four musical bands. These members were submitted to the HLPP that include the following steps: (1) measurement of the sound pressure level at the rehearsal and concert; (2) specific interview, (3) Pure Tone Audiometry and High Frequencies, Logoaudiometry, Imitanciometry and Distortion Product Evoked Otoacoustic Emissions (DPEOE); (4) guidance on the use of Personal Protective Equipment (PPE); and (5) the achievement of educational measures through workshops.

RESULTS

The high sound pressure levels during the rehearsals and performances/shows is elevated, the presence of tinnitus after the show ocorred in all members of the sample; major difficulties of speech comprehension where found in the the musicians who play bass (75%). When plotting the audiological profile of the musician we found: highest averages of audiological thresholds by frequency from the studied bands in 500Hz and 3KHz (B1), 3KHz and 4KHz (B2), 3KHz, 4KHz and 6KHz (B3) and in 3KHz (B4); the major averages of audiological frequency thresholds of the studied instruments were in 3KHz, 4KHz and 6KHz (voice), 3KHz and 4KHz (electric guitar), 3KHz, 4KHz and 6KHz (bass) and 3KHz, 4KHz (drums); presence of notch in the frequencies of 2KHz, 4KHz, 6KHz and 8 kHz in the pure tone audiometry; but in the high audiometry frequencies, in all frequencies appeared at least one case, missing reflexes in 4KHz (ipsilateral and contralateral); missing reply in 4KHz for all bassists bilaterally (100%) when researched EOE by transient stimulus and in the distortion product were found missing responses in 50% of the frequency sample of 6KHz, so researched the growth curve (dp growth rate) showing response in 75dB at almost 100% of cases which there was need for its achievement.

CONCLUSION

There is a need to take preventive measures and the insertion of the musicians in the HLPP in order to provide them greater conditions of quality of life and in their work, since they need their hearing to play effectively and stay in the labor market working as a musician.

Keywords: hearing loss; hearing loss caused by noise; noise occupational; music.


INTRODUÇÃO/ ENQUADRAMENTO

A audição é um sentido particularmente relevante para qualquer desempenho profissional; no entanto, para o caso dos músicos, ela adquire uma importância ainda superior para a qualidade do seu trabalho e sua permanência na carreira. O desenvolvimento de um programa de prevenção de perdas auditivas tem por objetivo modificar o comportamento dos músicos em relação à sua saúde auditiva, uma vez que, constantemente, estão expostos a sons intensos, podendo surgir lesões irreversíveis, como a Perda Auditiva Induzida por Níveis Elevados de Pressão Sonora (PAINEPS).

No Brasil, a Norma Regulamentadora 15 (NR 15) do Ministério do Trabalho (MT) aplica-se somente a trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados que desempenhem funções em empresas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de forma que ainda não existe na sua legislação trabalhista uma resolução específica que proteja os músicos dos efeitos referentes à exposição à musica amplificada, considerando a intensidade, a duração e a frequência às quais estão expostos.

Muitos destes profissionais desconhecem os efeitos causados pela exposição a níveis elevados de pressão sonora, sejam eles auditivos ou não auditivos, interferindo diretamente em sua qualidade de vida. O uso de protetores auditivos desenvolvidos especialmente para esta classe profissional não tem grande uso eventualmente devido à falta de conhecimento e/ou pelo seu elevado custo- ou seja, estes equipamentos atenuam frequências específicas, podendo mesmo ser personalizados ao músico e/ou instrumento. Mais do que apenas informá-los sobre sua audição ou sobre o uso do protetor, é importante criar e implementar o Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) que, para ser verdadeiramente efetivo, deverá provocar mudanças de comportamento. A avaliação dos limiares de altas frequências de forma periódica pode ser útil na detecção precoce da deficiência auditiva em músicos¹.

De acordo com a NR7, Anexo I (1998), perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevada define-se como diminuição dos limiares auditivos decorrentes da exposição ocupacional sistemática ao som intenso. Tendo como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco, inicialmente atinge as frequências de 3000, 4000 ou 6000 Hz, seguindo-se das frequências de 8000, 500 e por último 250 Hz². A audiometria tonal limiar convencional é considerada a base da avaliação audiológica, sendo o primeiro teste que a compõe. Tem como objetivo determinar os limiares mínimos de audibilidade de um indivíduo para as frequências de 250 a 8.000 Hz²‾³

Em relação às perdas auditivas neurossensoriais, a audiometria tonal de altas frequências vem sendo utilizada como uma forma de detectar precocemente tais alterações, para que a prevenção seja realizada antes que lesões mais significativas se instalem, efetivando o conceito de Promoção da Saúde. Na população adulta, as EOE ou EOTs são frequentemente utilizadas para realizar o diagnóstico diferencial entre perdas auditivas cocleares e retro- cocleares, além do monitoramento auditivo de indivíduos expostos a drogas ototóxicas, ao ruído ocupacional e à música18.

Diversos autores recomendaram o uso das EOE para avaliar e acompanhar a audição de músicos, por ser um instrumento mais sensível que a audiometria para detectar as alterações iniciais geradas pela exposição à música amplificada26,27. As células ciliadas externas são as primeiras estruturas do ouvido interno a serem lesadas por agentes externos, como no caso de níveis de pressão sonora elevados. Portanto, as EOE podem detectar sinais de danos cocleares iniciais, servindo como ferramenta de detecção precoce e monitoramento das alterações causadas por esses agentes, mesmo antes de ocorrer alterações nos limiares audiométricos na audiometria. Dessa forma, é possível determinar a localização da lesão e controlar a efetividade do uso de protetores auditivos8,10,28.


OBJETIVOS

Submeter os músicos ao programa de prevenção de perdas auditivas (PPPA), investigando os níveis de pressão sonora em que estão inseridos durante o ensaio musical e o show, traçar o perfil audiológico, elaborar material formativo, promover um programa de educação em saúde e verificar sua eficácia.


METODOLOGIA

Este estudo foi conduzido pelo Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa desta Faculdade em Seres Humanos datado de 30/04/2014, de acordo com a Resolução CNS 466/12, CAAE 30315914.7.0000.5417, de número 640.183.

Os participantes receberam esclarecimentos sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa e foram convidados a assinar um termo de consentimento atestando sua permissão para a participação na pesquisa e utilização dos dados obtidos para fins científicos.

Detalhes da proposta:

Participaram nesta pesquisa elementos de quatro bandas de rock, contendo uma amostra de 16 participantes do sexo masculino de diversas idades.

A seleção dos participantes foi realizada por meio de convite realizado pelas pesquisadoras a partir das informações de shows realizados em Bauru- São Paulo. As bandas participantes foram convidadas a irem até a Clínica de Fonoaudiologia da FOB/USP para a realização das avaliações audiológicas e aplicação de um questionário elaborado pelas pesquisadoras (esse instrumento não foi validado, pois sua criação tinha por intuito no momento conhecer as caracteristicas das bandas e o perfil de seus integrantes; não descartando as autoras, contudo, a possibilidade de o validar futuramente). Os testes estatísticos aplicados neste estudo foram o Teste-T e o teste Qui- Quadrado.

Este estudo foi composto por quatro fases que contemplam o PPPA, ao qual tem como objetivo a identificação de riscos, monitorização auditiva, medida de proteção contra ruído e medidas educativas, divididas posteriormente em duas etapas.

Como critério de inclusão, consideraram- se o tempo mínimo de cinco anos a trabalhar como músico, sem interrupção e na mesma banda, para uniformizar a exposição mais recente ao ruído; ensaios semanais de no mínimo três horas diretas (ininterruptas); fazer shows durante toda a semana e estar em repouso acústico de, no mínimo 24 horas, antes de realizarem os exames audiológicos.

Nos critérios de exclusão adotou-se a não participação da banda em alguma das fases do programa de prevenção de perdas auditiva e alterações no meato acústico externo que impedissem o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Os músicos, foram submetidos ao PPPA no período de agosto a novembro de 2015. Este programa contemplou:

-Avaliação dos NPS: as pesquisadoras foram até o local onde as bandas participantes realizam os seus ensaios e show, usando o medidor de pressão sonora Instrutherm, este foi estrategicamente colocado de forma a ficar próximo das fontes de ruído durante o ensaio; durante a medição realizada no show o equipamento ficou a uma distância de aproximadamente três metros do palco

-Entrevista específica para recolha de antecedentes de saúde geral e da audição dos participantes, assim como sua inserção na área musical (tempo de estudo, intensidade sonora, tipo de instrumento), através de questionário elaborado pelas pesquisadoras

-Avaliação audiológica realizada por Audiometria Tonal Liminar por via aérea e via óssea e de altas frequências (foi realizada a pesquisa dos limiares auditivos por via aérea nas frequências de 0,25H a 20KHz). A avaliação para audiometria tonal convencional (AT-AC) e audiometria tonal de altas frequências (AT- AF) foi realizada em cabine audiométrica, sendo utilizado o audiômetro AC 40/Interacoustics para apresentação de estímulos via fones do tipo TDH 39 e HDA 200 respetivamente. Foi utilizado o método descendente-ascendente (LOPES; MUNHOZ; BOZZA, 2015)¹¹.

Para a audiometria tonal por via óssea, foi utilizado o mesmo método descendente-ascendente para pesquisar o limiar auditivo nas frequências de 0,5 a 4KHz¹¹. A pesquisa por via óssea foi realizada quando os limiares de via aérea estavam rebaixados, sendo utilizado um vibrador ósseo posicionado na mastoide. As audiometrias foram classificadas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde- OMS (1997), com relação ao grau de perda auditiva (audição normal e perdas leve, moderada, severa e profunda) pela média entre as frequências que recebem essa classificação até 4 kHz (500, 1.000, 2.000 e 4.000 kHz). Foram classificadas também, de acordo com a Portaria nº 19 do Ministério do Trabalho², que estabelece que a diferença entre as médias aritméticas dos limiares auditivos no grupo de frequências de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz seja igual ou ultrapasse 10 dB NA ou a piora em pelo menos uma das frequências de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz seja igual ou ultrapasse 15 dB NA. Para a classificação da AT- AF, adotou-se o trabalho de Burguetti, Peloggia e Carvallo (2004)¹² para cada frequência e faixa etária.

O estímulo utilizado para pesquisa do liminar auditivo durante a audiometria tonal liminar convencional (AT-AC) e audiometria tonal de alta frequência (AT- AF) foi o warble.

Na Logoaudiometria foram pesquisados o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) utilizando palavras dissílabo se o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF), para avaliar a habilidade de perceber e reconhecer os sons da fala. Os participantes foram orientados a repetir as palavras apresentadas a viva-voz e a repeti-las como entendessem. Para o LRF, foram consideradas como aceitável as respostas iguais ou até 10 dB acima da média tritonal (500, 1000 e 2000 Hz) na ATL- AC¹². Para o IPRF, a porcentagem de acertos considerada estava entre 88% e 100%¹³. O equipamento utilizado para a realização da Logoaudiometria foi o audiômetro AC 40/ Interacoustics, e para apresentação de estímulos via fones foi utilizado o TDH 39.

Na imitanciometria dois tipos de testes são realizados: a timpanometria, que avalia a complacência do ouvido médio, ou seja, a condutância sonora das estruturas e o Reflexo Estapédico, que avalia a integridade do arco reflexo estapediano e, por consequência, de forma indireta, as estruturas dos ouvidos médio e interno, nervo auditivo e tronco cerebral. Foi utilizado o Imitanciometro multifrequêncial AT 235 para ambos os testes, nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. As curvas timpanométricas foram classificadas de acordo com a proposta de Jerger (1970)6; os reflexos acústicos ipsilaterais entre 80 e 95 dB NA e contralaterais entre 90 e 105 dB NA foram considerados normais, segundo a classificação de Carvallo et al. (2000)7.

Antecendo a realização do exame, o participante foi orientado a permanecer sentado confortavelmente e em silêncio. Os testes foram realizados fora da cabina acústica, em sala tratada acusticamente.

A pesquisa das emissões otoacústicas evocadas (ILO 292) que incorpora o software ILOv6-Otodynamics investiga a funcionalidade das células ciliadas externas, permitindo a investigação das deficiências auditivas de origem periférica de neonatos, outras populações especiais e em qualquer outra faixa etária. A pesquisa das emissões otoacústicas auxilia no diagnóstico diferencial da perda auditiva sensorioneural. Para registrar as Emissões Otoacústicas Evocadas por estímulos transientes (EOEt) foi utilizado o estímulo do tipo click, caracterizado por ser de curta duração composto por uma faixa de frequências abrangente, predominantemente entre 500 e 4000 Hz. Esse estímulo transiente estimula a cóclea em diferentes regiões, desde a base até o ápice, quando presente, sugere que os limiares audiométricos estão próximos da normalidade9. Já o registro das emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção (EOEpd) é eliciado a partir da interação não linear de dois tons puros apresentados simultaneamente, que resulta em um terceiro tom (distorção). A frequência primária mais baixa é denominada f1, enquanto que a frequência primária mais alta é chamada f2. Ambas se relacionam na razão de 1.22, ou seja, f2/f1=1.22. Devido à característica de não linearidade da cóclea, a distorção é observada de forma mais proeminente na relação de 2f1-f2. Já seus respetivos níveis, L1 e L2, devem manter uma diferença na qual L1>L2, em média 10 dBNPS (decibel nível de pressão sonora), a fim de tornar o teste mais sensível7. O critério utilizado para presença de respostas foi o de GORGA (1996) que preconiza que EOEpd está presente quando a resposta, em dBNPS, está pelo menos 6 dBNPS acima do primeiro desvio padrão do ruído equivalente da frequência avaliada ou 3 dBNPS acima do segundo desvio padrão do ruído.

Para aqueles que não obtiveram respostas durante a avaliação das EOAPD, foram pesquisadas as respostas das curvas de crescimento (dp growth rate).

O workshop desenvolvido pelas pesquisadoras pretendeu conscencializar e transmitir conhecimentos aos profissionais participantes. O evento juntou elementos de várias bandas na mesma sessão e teve a duração de 4 horas e 30 minutos, distribuindo 30 minutos para a aplicação de questionário, 90 minutos para se discutir a acústica, tratamento e isolamento acústico no ambiente de ensaio, uma hora destinada à saúde vocal e 90 minutos para abordagem sobre a saúde auditiva. A metodologia ativa foi utilizada destacando-se sobretudo a importância de se manter atitudes preventivas a distúrbios auditivos, como ocorre a PAINPSE, importância da realização de avaliações audiológicas de rotina e o repouso auditivo durante 24 horas após exposição NPS elevados bem como utilizar EPI.

Para verificar a eficácia do PPPA/workshop foram aplicados questionários antes e após o evento.

Um website foi elaborado como ferramenta para ser utilizado durante o workshop, ao qual abordava o som e como escutamos, os cuidados com a saúde auditiva desta população, a importância do uso de EPI e da implementação do PPPA, o repouso auditivo e como a Fonoaudiologia atua neste processo, e, por meio dos questionários antes e depois da oficina, foi possível avaliar a efetividade.


RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados obtidos neste estudo mostram que o NPS está muito acima do permitido por lei, sem a utilização do EPI. As medições realizadas com um medidor do nível de pressão sonora tanto durante o ensaio como durante o show foram de 102.3 a 109.2 e 106.2 a 106.3dBNPS, respetivamente, o que corrobora com estudos realizados por Fernandes et al. (1996) onde verificaram a intensidade do ruído presente em casas com shows musicais, utilizando um medidor do nível de pressão sonora ETB-142-A, e concluíram que há possibilidade de desenvolver perda auditiva, visto que a intensidade do ruído presente variou entre 78 a 111 dB. Se compararmos o tempo de exposição a que o trabalhador pode ficar exposto ao NPS sem o uso de EPI [e a partir de 85dB (A) é necessário o uso de EPI] e o NPS coletado tanto durante o ensaio, como as apresentações da banda, os mesmos poderiam trabalhar (tocar) cerca de 25min apenas sem o uso de proteção.

Na Entrevista específica, em nenhum dos casos foi encontrada significância estatística ao realizarmos a comparação entre os sintomas apresentados anteriormente e o instrumento voz (cantores). Esses resultados repetem-se para as associações realizadas com os instrumentos guitarra e bateria. Já para o instrumento baixo (baixista) houve significância quando comparado a dificuldades em entender a fala no ruído, pois 75% dos participantes que tocam baixo apresentam tal dificuldade. Durante a avaliação audiológica, notou-se a presença de entalhe na frequência de 6KHz em 75% destes instrumentistas.

A presença contínua de acufeno bilateral do tipo apito foi encontrada em 81,75% da população total estudada, sendo que este existia em todos os músicos participantes, imediatamente após o show. Tais resultados corroboram com Einhorn (2009) que afirma que inúmeros músicos de rock têm admitido que percecionam acufenos e relataram ter seus desempenhos musicais limitados ou mesmo terem se reformado da profissão de músico por causa desse problema. Os músicos que mais apresentaram queixas de zumbido após a exposição a níveis de pressão sonora elevados são os violinistas e os bateristas, em função da proximidade do instrumento a um ouvido da posição dos pratos na altura de ambos¹³.

Neste estudo, encontramos maiores médias dos limiares audiológicos por frequência das bandas estudadas em 500Hz e 3KHz (B1), 3 e 4 (B2), 3, 4 e 6 (B3) e em 3KHz (B4) e por frequência dos instrumentos estudados foram em 3, 4 e 6 (voz), 3 e 4KHz (guitarra), 3, 4 e 6KHz (baixo) e 3, 4KHz (bateria), havendo presença de entalhe nas frequências de 2, 4, 6 e 8KHz na audiometria tonal liminar. Tais resultados estão em concordância com o trabalho realizado por Fiorini (1994), que constatou que às frequências de 3000, 4000 e 6000 Hz, quando rebaixadas, podem revelar perda auditiva por exposição a níveis de pressão sonora elevada. A presença do entalhe audiométrico, mesmo que em apenas uma frequência deveria ser encarada como um sinal de alerta, pois poderia sugerir uma tendência ao desencadeamento da perda auditiva pela exposição a níveis de pressão sonora elevados conforme o decorrer do tempo.

Já na audiometria de altas frequências, em todas as frequências apareceu ao menos um caso presença de entalhe. Lüders et al. (2013)¹ encontraram a presença de entalhe nas frequências de 12.500 Hz bilateralmente e na frequência de 14.000 Hz no ouvido direito. Otubo (2013) observou, presença de entalhe nas frequências de 11.200, 12.500, e 16.000 Hz. Nas altas frequências, foram observadas diferenças à direita em 9.000 Hz e bilateralmente em 14.000 Hz e 16.000 Hz².

Na Logoaudiometria, os resultados obtidos para o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) mostram-se compatíveis dentro dos valores de normalidade, sendo iguais ou até 10 dB acima da média tritonal (500, 1000 e 200 Hz) na AT-AC²¹, assim como para o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF) também estiveram dentro dos valores de normalidade entre 88% e 100%¹³, contudo os valores de 88% (IPRF) encontrados em dois participantes são os mesmos que relataram ter dificuldade em entender a linguagem em ambientes com ruído. De acordo com Menegotto e Costa (2015) ²², apesar de sua variabilidade, especialmente no caso do IPRF, esses testes trazem informações preciosas sobre a condição auditiva de determinado paciente e apresentam uma excelente oportunidade para os profissionais compreenderem melhor as dificuldades auditivas dos indivíduos.

Na Imitanciometria foi encontrada a curva tipo A em 93,75% da população total estudada. Carvallo (2013)²³ descreve como sendo curva do tipo A – curva normal caracterizada por um pico de máxima admitância à baixa pressão no MAE (-100 a + 50 decapascals – daPa), ou seja, estavam dentro do padrão de normalidade.

Obtivemos reflexos presentes entre 95 e 105dB quando foram captadas respostas e reflexos ausentes em 4KHz (Ipsi e contralateral).

Pode-se concluir que músicos expostos a níveis de pressão sonora intensos apresentaram alteração temporária do limiar e alteração do reflexo acústico e, por esta razão, são profissionais de risco para perda auditiva ocupacional.

Nas Emissões Otoacústicas Evocadas (EOE) obteve-se como resultados nas EOE por estímulo transiente ausência de resposta em 4KHz para todos os baixistas bilateralmente, EOE por produto de distorção- ausência de respostas em 6KHz.

Clinicamente, o acufeno pode aparecer antes da perda auditiva e as emissões otoacústicas evocadas são capazes de detectar alterações cocleares mínimas em indivíduos com audiometria normal.

Em relação ao Workshop, os resultados deste estudo demonstraram a necessidade de atuação para a promoção da saúde por meio dos PPPA, envolvendo medidas de controle do som intenso (coletiva e individualmente), além de ações educativas para músicos profissionais.

O II Congresso Internacional de Medicina para Músicos, ocorrido em setembro de 2005, em Espanha, preocupou-se em afirmar que os músicos apresentam risco elevado de hipoacusia, que há uma falta de conscientização da classe sobre este risco e, por isso, geralmente também não costumam procurar informação sobre esse tema. Também não é vulgar procurarem auxílio médico ao surgirem sinais de alerta, com receio serem descriminados, ocorrendo eventualmente diminuição da remuneração, o que é corroborado por Raymond, Romeo e Kumk (2012)²⁷.

Os resultados obtidos no período pré-formação mostraram que grande parte dos participantes tinha apenas conhecimento dos aspectos isolados da profissão e não compreendia o trabalho do fonoaudiólogo no mundo da música, entendendo que este profissional trabalhe nesse meio somente se já houvesse uma perda auditiva. Quanto ao uso de proteção auricular, estes indivíduos apresentam conhecimentos rudimentares e nenhum usava tal regularmente.

Os músicos demonstraram alterações no comportamento a partir do momento que iniciaram a participação neste projeto, mostrando-se mais conscientes quanto ao risco de perda, higiene do ouvido e uso de protetores auditivos, além de que se notou que, à medida que o processo decorreu, eles foram colocando cada vez mais dúvidas, demonstrando maior interesse.


CONCLUSÕES

Estes profissionais necessitam de usar proteção auricular para trabalharem sem prejudicar sua saúde auditiva e assim manter a qualidade de seu trabalho. Após o workshop, os resultados foram positivos, já que passaram a compreender melhor a complexidade da profissão e visualizar que o fonoaudiólogo pode estar presente no âmbito musical desde a prevenção de perda auditiva até o momento de sua reabilitação.

Os resultados do workshop mostraram-se satisfatórios e o website concebido para esse efeito foi utilizado como a ferramenta formadora.

Recomendam-se medidas preventivas e a inserção dos músicos em um PPPA, de forma a proporcionar melhores condições de qualidade de vida geral e laboral, já que necessitam de forma especial da sua audição para desempenhar com eficácia suas atividades profissionais.


CONFLITOS DE INTERESSE

Não há.


AGRADECIMENTOS

Clínica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, ao Órgão de Fomento CAPES, pelo patrocínio concedido.


BIBLIOGRAFIA

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(1) Graziella Simeão Munhoz- Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade de São Paulo Faculdade de Odontologia de Bauru FOB/USP (2013). Mestre em Ciências – área: Processos e Distúrbios da Comunicação pela Universidade de São Paulo- Faculdade de Odontologia de Bauru FOB/USP (2016). Faz parte do grupo de pesquisa da prof. Dra. Andréa Cintra Lopes com foco em Saúde do Trabalhador e Diagnóstico Audiológico e atua em outros projetos do grupo. Endereço para correspondência: Rua Nassin Abrahão, 1-22, Núcleo Habitacional Beija- Flor, Bauru (SP), Brasil, CEP: 17025-430. E- mail: graziella@usp.br
(2) Andréa Cintra Lopes- Possui graduação em Fonoaudiologia pela Universidade do Sagrado Coração (1991), Mestrado em Distúrbios da Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996), Doutorado em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade de São Paulo (2000) e Pós-doutorado em Acústica pela UNESP- Bauru (2009). Atualmente é Professora Associada da Universidade de São Paulo campus Bauru e Presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Fonoaudiologia, gestão 2013-2016. Tem experiência na área de Fonoaudiologia, com ênfase em Audiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: audição, audiologia, saúde auditiva, saúde do trabalhador e telessaúde. É pesquisadora do grupo de pesquisa Centro de Pesquisas Audiológicas, credenciado no CNPq. E- mail: aclopes@usp.br

Munhoz G, Lopes A. Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) para Músicos. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 2016, volume 1, 72-81. DOI:10.31252/RPSO.22.06.2016

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