MOBBING IN NURSING: AN INTEGRATIVE REVIEW
TIPO DE ARTIGO: Revisão Bibliográfica Integrativa
AUTORES: Bonito J(1), Santos J(2), Souza R(3), Mendes A(4).
RESUMO
Introdução
O assédio moral é um fenómeno em que o agressor ou agressores – superiores hierárquicos diretos, colegas de trabalho ou até subalternos, de forma regular e repetitiva, conseguem humilhar a vítima, fragilizá-la e debilitá-la, com o objetivo de a inferiorizar e eliminá-la, afetanto a sua saúde tanto a nível físico como psicológico, detiorando diretamente a sua vida pessoal e profissional, sendo designado por muitos autores como um risco psicossocial emergente. A Enfermagem, uma profissão maioritariamente feminina, pode ser particularmente vulnerável para a sua ocorrência.
Objetivo
O objetivo deste estudo é reunir e sintetizar os resultados publicados sobre assédio moral em Enfermagem, nos países latino-americanos, nos últimos seis anos.
Metodologia
Para a realização do presente artigo utilizou-se como método de pesquisa uma Revisão Bibliográfica Integrativa, na BVS utilizando os descritores “mobbing”, “assédio moral” “harassement”, “bullying at work” “acoso moral” e “enf*”.
Resultados
Identificados e analisados 6 artigos, de natureza descritiva e exploratória. A prevalência de assédio moral variou entre 11,5% e 33,3% e as consequências relatadas são tanto físicas como psicológicas.
Conclusão
O assédio moral é uma realidade reconhecida em muitos contextos laborais, nomeadamente em Enfermagem. As suas consequências para a saúde do trabalhador e da qualidade do ambiente laboral são reconhecidas. Contudo, a investigação produzida não se tem centrado no estudo de medidas preventivas e/ ou reparadoras para contrariar a ocorrência destas práticas nefastas.
Palavras-chave: Assédio moral; Mobbing; Enfermagem.
ABSTRAT
Introduction
Mobbing is a phenomenon in which aggressors (hierarchical superiors, colleagues or subordinates) repeatedly humiliate and debilitate their victims with the purpose of demeaning and undermining them. This behavior affects the victims’ physical and psychological health and deteriorates their personal and professional life, being considered an emerging psychosocial risk. Nursing, as a mostly female profession, can be particularly vulnerable to its occurrence.
Objective
This study aimed to gather and synthesize the results of studies on mobbing in nursing in Latin-American countries which have been published in the past six years.
Methodology
An integrative literature review was conducted. A search was performed in BVS using the keywords “mobbing”, “assédio moral” (moral harassment), “harassment”, “bullying at work”, “acoso moral”, and “enf*”.
Results
Six descriptive and exploratory articles were identified and analyzed. The prevalence of mobbing ranged from 11.5% to 33.3%. Both physical and psychological consequences were reported.
Conclusion
Mobbing is a recognized problem in many professional settings, namely in nursing. Its impact on the workers’ health and the quality of the workplace environment has been identified. However, these studies have not focused on analyzing preventive or restorative measures to stop these harmful practices.
Key- words: Harassment; Mobbing; Nursing.
INTRODUÇÃO
O assédio moral no trabalho, também designado por mobbing, harassment ou bullying at work, começou a ser descrito e estudado na década de 70, do século passado. As suas diferentes denominações encontram raízes nos diferentes países em que foi estudado, sendo mais frequentemente utilizadas as denominações de harassment nos Estados Unidos e Canadá1, mobbing nos países escandinavos2 e bullying no Reino Unido3. Em Portugal, este fenómeno também é conhecido por assédio ou coação moral enquanto que no Brasil é mais utilizado o termo assédio moral, assédio psicológico e mobbing. Por sua vez, nos países hispânicos é denominado por acoso moral, acoso psicológico e psicoterrorismo, em França por harcèlement moral, na Itália por molestie psicologiche, na Austrália e Irlanda bossing ou harassment (tiranizar) e no Japão ijime (assédio psicológico)4. É, pois, um fenómeno universalmente descrito e estudado.
O assédio moral no ambiente de trabalho é considerado um comportamento que varia culturalmente, mas que possui um denominador comum, sendo intencional e repetitivo, em relação a um determinado trabalhador, ou grupo de trabalhadores, criando um risco para a saúde e para a segurança. Um sistema de trabalho pode ser utilizado de maneira a humilhar, debilitar ou ameaçar o trabalhador5. Tem o objetivo de desqualificar, fragilizar, neutralizar ou mesmo eliminar o trabalhador sendo, portanto, uma forma mais ou menos subtil de hostilizar a vítima6.
Em sua consequência, a vítima “acaba por se encontrar numa situação indefesa e tornar-se objeto de uma série de iniciativas vexatórias e persecutórias. Estas iniciativas devem ocorrer com uma certa frequência (pelo menos uma vez por semana) e durante um certo período de tempo (durante pelo menos seis meses). Por causa da grande frequência e da longa duração do comportamento hostil, esta forma de mau trato provoca consideráveis sofrimentos mentais, psicossomáticos e sociais”7.
O assédio moral assenta numa assimetria de poder e segundo vários autores este pode ser vertical (descendente ou ascendente), horizontal ou misto. Se vertical descendente, provêm de um superior hierárquico e é dos tipos mais comuns e preocupantes, tendo piores consequências físicas e psicológicas, uma vez que a vítima fica mais desprotegida, desemparada, sozinha e com dificuldades em encontrar soluções para o problema8. Se vertical ascendente, teremos um trabalhador que pertence a um nível superior da organização, é agredido por um ou vários subordinados9. Por fim, horizontal, se praticado pelos colegas de trabalho, tendo como causas principais a competitividade, a preferência pessoal do chefe, a inveja, o preconceito racial, a xenofobia, razões políticas e religiosas, opção sexual, ou até o facto de o comportamento da vítima ser considerado diferente dos colegas8. Misto se acontece quando o assédio horizontal se prolonga no tempo e se assume como assédio vertical descendente, sem que o empregador faça nada para resolver a situação, omitindo-o, tornando-se cúmplice do agressor10.
Segundo alguns autores o assédio moral assume-se como um processo dinâmico passando por diversas fases. Podem-se identificar quatro10:
– Fase de conflito: quando os conflitos interpessoais se geram entre pessoas com interesses e objetivos distintos, podendo conduzir a problemas pontuais que quando não são resolvidos levam a quebra nas relações, originando uma escalada de acontecimentos;
– Fase do mobbing ou de estigmatização: nesta fase são colocados em prática pelo agressor todas as estratégias de humilhação da vítima;
– Fase de intervenção na empresa: quando a vítima já se encontra abalada e com sinais que se refletem no seu trabalho. Nesta fase a empresa toma conhecimento do conflito existente, até agora só conhecido pelos membros do grupo, podendo tomar medidas para prevenir a instalação do mobbing;
– Fase de marginalização ou exclusão da vida social: quando a vítima abandona o posto de trabalho, devido aos efeitos psicológicos causados por todo o processo.
Alguns autores referem uma quinta fase denominada de fase de recuperação, de evolução posterior à fase de marginalização ou de exclusão. Acontece quando dentro ou fora da empresa existem pessoas que se disponibilizam para ajudar as vítimas de assédio moral a recuperar dos danos causados8.
Nos últimos anos houve grandes mudanças no mundo do trabalho e isso tem-se refletido nas organizações de saúde, pois exige-se que o trabalhador seja qualificado, polivalente, produtivo, autónomo, flexível e logo é necessária maior escolaridade, competência, espírito competitivo, eficiência, criatividade, visando uma maior produção a um menor custo. Os trabalhadores passaram a assumir um novo perfil face a esse cenário, tornaram-se mais competitivos e individualistas o que trouxe limitações nas relações afetivas e sociais no local de trabalho, originando estresse e coação, o que por sua vez reflete na vida diária do trabalhador, e contribui para situações de assédio moral, o qual também influencia negativamente a vida extra laboral do indivíduo11.
O estudo realizado em 2015 sobre assédio sexual e moral no local de trabalho em Portugal, do Centro Interdisciplinar de Estudos de Género, publicado em 2016, mostra que 16,5% da população ativa portuguesa já viveu alguma vez uma situação de assédio moral, um número superior a 850 mil pessoas. Apesar disso, entre 2010 e 2016, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego recebeu apenas 26 queixas neste âmbito12.
No contexto da Enfermagem, investigadores referem que estes profissionais estão mais sujeitos a situações de assédio no ambiente de trabalho, pois a própria natureza da atividade torna-os mais vulneráveis a ocorrências de violência no trabalho, visto que trabalhando em equipas multidisciplinares, geralmente sob constante stresse, lidam diariamente com conflitos originados pelas relações interpessoais com utentes, familiares, colegas e demais profissionais da área da saúde13.
Esta estrutura, aliada ao acumulo de funções do profissional, à precariedade de recursos materiais e humanos, às jornadas longas e desgastantes de trabalho por turnos, bem como às exigências cognitivas e emocionais, resultam em maior vulnerabilidade do trabalhador ao fenómeno do assédio moral13. Contudo, a evidência empírica sobre este fenómeno na Enfermagem ainda é escassa e desconhecem-se estudos de síntese no contexto da Enfermagem latino-americana.
Assim, o objetivo principal deste estudo é reunir e sintetizar os resultados publicados sobre este tema no âmbito deste setor profissional, nos países latino-americanos, nos últimos seis anos.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), que disponibiliza artigos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), do Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde (IBECS) e da Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE). A utilização desta base de dados deve-se ao facto de ter sido utilizada por autores num artigo “Assédio moral no âmbito da enfermagem: Revisão Integrativa da Literatura” publicado em 2014 com dados relativos ao período entre 2005 e 2012, que nos serviu de ponto de partida para a nossa pesquisa.
Foram estabelecidos como critérios de inclusão estudos sobre assédio moral/ mobbing em Enfermeiros, com qualquer desenho metodológico, sem delimitar área geográfica, que abordasse dados empíricos sobre a questão de investigação, no espaço temporal de 2013 até 2018, com acesso a publicação do texto na integra, nos idiomas inglês, espanhol e/ ou português.
Para centralizar a nossa pesquisa, utilizaram-se os seguintes descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do Medical Subjetc Headings – MeSH, em português, inglês e espanhol: “mobbing”, “assédio moral”, combinados por meio do operador booleano “AND” com descritor “enf*” associado ao símbolo de truncatura (*).
O descritor “mobbing” foi associado ao operador bolleano “OR” a “assédio moral” e em relação ao descritor “enf*” este foi propositadamente assim colocado com asterisco para ser pesquisada simultaneamente a palavra enfermeiro(s)/ enfermagem, sendo todos estes descritores pesquisados no título, resumo e assunto.
Foram incluídos estudos com outros profissionais de saúde desde que apresentassem dados individualizados para assédio moral em Enfermeiros.
Na segunda fase de pesquisa na BVS (pesquisa avançada), foram utilizados os descritores (“mobbing OR assédio moral AND enf*), sendo identificadas 180 referências. Aplicados os critérios de inclusão (texto disponível na integra e espaço temporal de 2013 a 2018) foram retidos 75 artigos. Realizada filtragem para as bases de dados MEDLINE, LILACS e IBECS, foram identificados 17 artigos.
Foram excluídos os estudos que não abordam esta temática, estudos que abordam o assédio moral em outras profissões (assistente social, professores, psicólogos, estudantes) e que não diferenciavam os enfermeiros de outros profissionais de saúde, os que se encontravam duplicados, revisões de literatura e também as revisões integrativas que refletiam sobre artigos publicados em datas anteriores às agora analisadas, tendo resultado numa amostra final de 6 artigos, todos na LILACS.
Uma vez que este conceito tem adoptado diferentes terminologias consoante o espaço geográfico e cultural, já que tem sido uma problemática que tem vindo a ser cada vez mais visível, decidimos realizar outra pesquisa na BVS (pesquisa avançada) com os descritores “mobbing” OR “harassement” OR “bullying at work” OR“ acoso moral” OR “ assédio moral” AND “enf*”, que não revelou mais evidência uma vez que os resultados obtidos foram idênticos à pesquisa inicial.
A apresentação das fases do processo de investigação encontra-se na Tabela 1.
Para realizar esta análise foi preenchida uma outra tabela com as seguintes entradas: referência completa, questão/ objetivo, tipo de estudo, metodologia (população/ amostra, variáveis e instrumentos de medida) e resultados, apresentados na Tabela 2.
Na análise dos artigos utilizaram-se as seguintes questões orientadoras: Qual a prevalência do assédio moral em Enfermagem? Quais os principais fatores de risco e variáveis relacionadas com o assédio moral neste setor? Quais as principais consequências do assédio moral para estes profissionais?
RESULTADOS E DISCUSSÂO
Para o espaço temporal definido identificámos 6 artigos: estudos quantitativos (4) e estudos qualitativos (2).
Quanto ao ano de publicação, observou-se que o ano de 2015 corresponde ao período de maior publicação de artigos (4), seguidos dos anos de 2013, 2014 e 2017 com 1 artigo cada. Nos anos de 2016 e 2018 não se verificam publicações. Os 6 artigos selecionados para revisão foram extraídos da base de dados LILACS.
Todos os artigos analisados referem-se a estudos realizados no Brasil. Relativamente ao tipo de amostras, verifica-se que foram realizados maioritariamente com Enfermeiros pertencentes ao setor público (4), dentro destes, 3 são referidos como pertencentes a unidades de saúde básicas, saúde familiar e 1 a hospital. Um dos artigos refere-se a Enfermeiros num hospital privado e outro no público e privado.
Em cada estudo foram utlizadas abordagens, metodologias, variáveis e instrumentos diferentes, tais como: fenomenologia sociológica de Alfred Schütz; questionário (questões abertas e fechadas e dados analisados por meio de frequência absolutas e percentagens); entrevista gravada (os dados foram analisados por técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin, 2011); questionário enviado por correio electrónico; formulário com questões fechadas; questionário sociodemográfico e o Leymann Inventory Psychological Terrorization (LIPT-45), ambos em formato impresso ou electrónico.
Foi possível encontrar estudos que fazem referência à prevalência e fatores de risco para o assédio moral, enquanto outros focaram as consequências deste fenómeno para saúde dos profissionais de Enfermagem. No entanto, o mais comum é encontrar estudos que fazem referências a dois ou mais dos aspetos mencionados.
Quanto às outras variáveis estudadas verifica-se que 2 estudos utilizaram um questionário de caraterização sociodemográfica, incluindo a idade e sexo17,18.
Outras variáveis estudadas foram raça17, grau de instrução17, estado civil17, existência de filhos17, tempo de exercício profissional15,17, número de empregos17, área/ setor de atuação profissional17, regime de trabalho17, tempo de trabalho na instituição17, turno17, remuneração15,17 e local de trabalho17.
Dos artigos analisados dois fazem referência aos fatores de risco 15,17, três às consequências do assédio moral13, 15, 16 e dois aos tipos de assédio15,16.
A realização de uma pesquisa aberta, preliminar, permitiu detetar um estudo acerca de assédio moral em Enfermagem de 1994 e constatar que, desde então, muitos estudos foram realizados ao longo destes últimos 24 anos. A literatura diz que é um fenómeno transversal a múltiplos contextos de trabalho de enfermagem, contudo, para o período em análise, apesar de numa pesquisa avançada se terem detetado 180 artigos, aplicados os critérios de inclusão e exclusão só se vieram a incluir para análise 6. Atendendo ao facto de os critérios da nossa pesquisa limitarem o acervo bibliográfico a analisar a estudos publicados pela comunidade científica latino-americana, uma vez que as bases de dados utilizadas foram as Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e o Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde (IBECS) e ainda a Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), mas mantendo o descritor “enf*”, o limitado número de artigos selecionados para análise pode significar que este tema tem merecido uma atenção menor nesta comunidade científica quando comparada com a realizada noutros países europeus, anglo-saxónicos ou asiáticos. Mais ainda, a limitação ao espaço latino-americano resultou que os seis artigos selecionados pertençam todos eles ao mesmo país, o Brasil, e dentro deste, 4 à mesma região geográfica, o Nordeste.
Apesar de se saber da existência de investigação neste tema há já alguns anos e de se encontrar divulgação dessa investigação em todo o mundo, foram identificados um número reduzido de artigos empíricos. Constatámos que a metodologia de investigação privilegiada foi descritiva transversal, descritiva exploratória, exploratória qualitativa, exploratória quantitativa, não realizando alusão a programas preventivos e/ ou tratamento precoce desta problemática. Isto é, a investigação realizada nesta região continua a privilegiar estudos cujo objetivo é a compreensão do fenómeno na sua intersubjetividade, ou a sua caraterização em populações alvo mais ou menos reduzidas, deixando por explorar a compreensão de como se pode prevenir estas ocorrências e/ ou reparar as suas consequências.
Na análise dos artigos, não é visível a forma de operacionalizar e medir o conceito de assédio moral, e uma vez que é sabido que a diversidade de conceitos diz respeito à variedade cultural e organizacional14, está dificultada a interpretação dos dados. Se por um lado, esses diferentes conceitos são uma riqueza, por outro, a tentativa de definição e descrição deste fenómeno ao nível universal vê-se forçada e exige uma aproximação progressiva e um intercâmbio de conhecimentos, teorias, estudos e práticas transculturais4.
Assim, a prevalência do assédio moral, que variou entre 11,5%17 e 33,3%15, pode ser explicada pelas diferentes metodologias (instrumentos e amostras) utilizadas, agravada pela utilização de instrumentos pouco específicos, ou sem referência a autor e resultados de aferição, e ainda pela utilização de amostras reduzidas.
Na análise dos artigos não há predominância de um tipo de assédio moral, tendo-se verificado num artigo a prevalência do tipo horizontal15, aquele que é praticado por colegas do mesmo nível hierárquico ou seja pelos colegas enquanto noutro artigo o tipo de assédio descrito é descendente, ou seja, aquele que é praticado por superiores hierárquicos16.
Nos artigos analisados apenas um analisa o perfil dos trabalhadores sendo o sexo feminino (87%) o que mais sofre algum tipo de violência psicológica18, o que na Enfermagem pode ser explicado pelo facto das mulheres representarem maioritariamente a profissão nos dias atuais19. Nos outros artigos não se verifica relação entre o género e a prevalência de assédio moral, no entanto as amostras eram predominantemente do sexo feminino.
No que diz respeito à idade, apenas um artigo relaciona esta variável com a prevalência de assédio moral, observando um maior percentual de casos entre quem possuía menor idade (20-39 anos)18. Outros autores confirmam que profissionais com idade inferior a 30 anos, menor nível de formação e menor experiência profissional têm mais risco de desenvolver o perfil de vítima20.
Para além disso, ainda que sem consenso, alguns autores referem que Enfermeiros solteiros são mais vulneráveis ao assédio moral que os casados 21 e com idade superior a 40 anos21.
Relativamente aos contextos de trabalho (unidades de saúde básicas, saúde familiar e hospitais públicos e privados), estes são diversificados e o assédio moral encontra-se presente em todos.
Na análise dos artigos salientamos como principais consequências as físicas e psíquicas, que afetam tanto a vida pessoal quanto a profissional dos enfermeiros13.
Das físicas é salientado o cansaço, dor de cabeça e falta de apetite16, epigástralgia e taquicardia13, insónia e fadiga15; das psíquicas o stresse, baixa auto-estima e ansiedade13,15, distúrbios de ordem psicológica (febre emocional, medo, tristeza, choro e depressão)16.
Em contradição outros autores fazem referências que enfermeiros solteiros são mais vulneráveis ao assédio moral que os casados (Saraiva e Pinto, 2011) Carvalho (2007) e com idade superior a 40 anos, referem ainda que indivíduos sós, estão mais vulneráveis a condutas de assédio moral,Carvalho (2007) corroborado com outros autores ( Hirigoyen, 2002). No entanto outros autores referem que profissionais com idade inferior a 30 anos,menor nível de formação e menor experiencia profissional têm mais risco de desenvolver o perfil de vítima (Molero Jurado, Pérez-FuentesyGázquezLinares, 2016)
Também foi possível identificar as consequências do assedio moral para a saúde, onde destacam as físicas e psíquicas, que afetam tanto a vida pessoal quanto a profissional dos enfermeiros. (Hagopian, Freitas,e Baptista, 2017)
Sendo o local de trabalho onde o profissional passa grande parte da sua vida, este deve ser usado também para promoção da saúde e prevenção de doenças ocupacionais, sendo por tanto, um indicador de fundamental importância na qualidade da saúde do trabalhador. (Freire, 2008) REVER PORTUGUES
Por tanto, é oportuno recomendar a ampliação da investigação do assédio moral no âmbito da enfermagem, com um levantamento epidemiológico por exemplo, para que seja possível uma monitorização desse fenómeno.
CONCLUSÃO
A revisão integrativa realizada mostra que uma percentagem de Enfermeiros são vítimas de assédio moral, que este é observado em vários contextos de trabalho e que a evidência encontrada é contraditória quando relacionada com o sexo, idade, experiência e tempo profissional, conduzindo a consequências físicas e psicológicas.
A bibliografia revela que o tema tem sido estudado em Enfermagem, mas essencialmente através de observação fenomenológica, determinando alguns fatores de risco e principais consequências, carecendo de pesquisas que permitam implementar medidas preventivas.
Sugere-se o planeamento de estratégias para avaliação dos riscos psicossociais da organização do trabalho conducentes a fenómenos de assédio moral e à elaboração e execução de planos de desenvolvimento da qualidade de vida profissional.
Considerando o exposto, torna-se fulcral a promoção de sessões de informação relativas a esta problemática junto dos profissionais e nas organizações e a elaboração de mais trabalhos de investigação neste âmbito, que aportem mais conhecimento e estudem as melhores estratégias de prevenção do assédio no trabalho e de reparação das suas consequências.
Quanto às principais limitações deste estudo pode-se afirmar a presença de um número reduzido de artigos analisados, a utilização de instrumentos de medida diferentes, amostras reduzidas e apenas de um único país, vieram a restringir as conclusões a retirar.
CONFLITOS DE INTERESSE, QUESTÕES ÉTICAS E/OU LEGAIS
Nada a declarar
AGRADECIMENTOS
Nada a declarar
BIBLIOGRAFIA
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20 – Jurado M, Pérez-Fuentes M y Linares G. Acoso laboral entre personal de enfermería. Revista Enfermería Universitaria Eselvier. Abr. 2016; 13 (2): 114-123. ISSN: 1665-7063.
21 – Carvalho G. Mobbing: Assédio moral em contexto de enfermagem. Revista Investigação em Enfermagem. Fev. 2007; 43-55. ISSN: 0874-7695.
22 – Cahú P, Costa G, Costa P, Batista S e Batista V. Situações de assédio moral vivenciadas por enfermeiros no ambiente de trabalho. Acta Paulista de Enfermagem. 2014; 27(2): 151-156. ISSN: 1982-0194. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201400027.
Anexo I
Tabela 1 – Fases do processo de investigação
Elaboração da questão de investigação | “Qual a evidência atual sobre assédio moral em enfermagem?”“qual a evidência existente sobre assédio moral em enfermagem “qual a evidência existente sobre assédio moral em enfermagem “qual a evidência existente sobre assédio moral em enfermagem |
Delimitação do projeto de pesquisa | Definição: palavras-chave, bases de dados e critérios de inclusão/ exclusão |
Pesquisa aberta de artigos (assédio moral em enfermagem) | Total de 223 artigos |
Pesquisa avançada na BVS de artigos “mobbing” OR “assédio moral” AND “enf*” (título, resumo, assunto) | Total de 180 artigos |
Aplicação dos critérios de Inclusão:
artigos, texto disponível na íntegra, no espaço temporal entre 2013 a 2018, bases de dados Medline, LILACS e IBECS, em português, inglês e espanhol, estudos com outros profissionais de saúde, mas com dados individualizados para o grupo de enfermeiros. |
Total de 75 artigos |
Aplicação critérios de exclusão:
– amostras de estudo que não diferenciam os enfermeiros dos outros profissionais de saúde, não abrangem o assunto, – duplicados, – estudos para revisão |
Total de 17 artigos
Total de 12 artigos Total de 6 artigos |
Estudos para revisão | Total de 6 artigos |
Anexo II
Tabela 2 – Apresentação dos estudos analisados
Referência
completa |
Questão/
objetivo |
Tipo de
estudo |
Metodologia:
população/ amostra |
Metodologia: variáveis e instrumentos | Resultados |
Hagopian, M., Freitas, F. e Baptista, P.
Assédio Moral no Trabalho em Enfermagem. Revista Baiana de Enfermagem. 2017 31(1): 01-08 DOI: 10.18471/rbe.v31i1.16588
|
Compreender as vivências dos enfermeiros resultantes da exposição ao assédio moral no ambiente de trabalho, nos últimos 3 anos. | Estudo qualitativo sob vertente teórico-filosófica da Teoria Fenomenológica da Ação Social de Alfred Schütz
Submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de São Paulo e aprovada. |
Enfermeiros
hospital privado em São Paulo – Brasil
N= 9 |
Entrevista semi estruturada gravada, com questões norteadoras. Realizada no período de Julho (2015 a Janeiro (2016)
Para a análise dos discursos colhidos, foi utilizada a metodologia de análise da Fenomenologia Social. |
Consequências, psíquicas: estresse, auto-estima baixa, ansiedade, sentimento de culpa, de incompetência e medo de expor a situação e perder o emprego.
Físicas: epigástralgia e taquicardia.
|
Silva, F., Costa, G., Batista, S., Zaccara, L., Costa, P e Duarte, S.
Assédio moral: estudo com enfermeiros da estratégia saúde da família. Revista de pesquisa: Cuidado é fundamental Online. 2015 7(1):1820-1831 ISSN 2175-5361 DOI: 10.9789/2175-5361. |
Investigar a ocorrência da prática do assédio moral no ambiente de trabalho de enfermeiros da Estratégia Saúde da Família; averiguar quem são os assediadores; identificar as caraterísticas dos agressores; verificar as consequências da prática do assédio moral para a saúde do profissional. | Pesquisa exploratória, com abordagem quantitativa,
– não probabilístico – amostra eleita por acessibilidade |
Enfermeiros da Unidades de Saúde de Família do Distrito Sanitário III
de João Pessoa – Brasil. N = 30 90% feminino 10% masculino Faixa etária: 43,3% = 30 e 39 anos 30% =40 – 49 anos 26,6% = 50 – 59 anos. Experiencia: 56,55% > 7 anos 23,2% = 5 a 7 anos 18,3% = 3 a 5 anos 3,3% = 6 meses a 1 anos. |
Questionário
-questões objetivas e subjetivas utilizado por Cahú e Leite, 2012) Dados analisados por meio de frequência e percentual.
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33,3% sofreram assédio moral.
Fatores desencadeantes: 100% escassez de recursos humanos, 70% não se curvar ao autoritarismo, 60% escassez de recursos materiais, 50% ser dedicado ao trabalho, 40% ser mais competente que o agressor, 30% o agressor sente inveja. Consequências: estresse (92,3%), irritabilidade (84,6%); ansiedade (76,9%); fadiga (38,4%); baixa auto-estima (30,7%) e insónia (23%). Tipo de Assédio moral prevalente: – Horizontal. |
Andrade, G., Leão, M., Costa, P., Brito, M., Santos, O e Costa, G.
Assédio moral na atenção básica segundo os profissionais de Enfermagem. Revista Trabalho-Educação e Saúde, Rio de Janeiro, 201513 13 (1) 77-90, DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sip00031
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Investigar como os profissionais de enfermagem compreendem o assédio moral, bem como identificar essas situações vivenciadas pelos profissionais dessa área, suas causas e consequências para a saúde desses trabalhadores | Estudo exploratório de natureza qualitativa
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Profissionais de enfermagem
atuantes nas unidades de saúde da família, da cidade de João Pessoa, na Paraíba – Brasil.
N= 16
11= Técnicos enfermagem
5= Enfermeiros
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Entrevista gravada.
Colheita de dados foi realizada no período de Abril a Maio de 2013. Dados analisados por meio da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2011) |
Assediador excede os limites de respeito e passa a humilhar o assediado com palavras ofensivas, desestabilizando-o.
Alguns profissionais confundem o assédio moral com estresse, conflitos, atritos habituais, imposições profissionais, tensões e incidentes isolados. Consequências: distúrbios, de ordem psicológica, como febre emocional, medo, tristeza, choro e depressão. Assédio moral prevalente no estudo foi o descendente. |
Cahú, P., Costa, G., Costa, P., Batista, S e Batista, V.
Situações de assédio moral vivenciadas por enfermeiros no ambiente de trabalho. Acta Paulista de Enfermagem. 2014. 27(2):151-156. DOI http://dx.doi.org/10.1590/1982- 0194201400027
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Investigar situações de assédio moral vivenciadas por enfermeiros em seu ambiente de trabalho. | Estudo transversal-exploratório com abordagem quantitativa
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Enfermeiros das unidades básicas de saúde e hospitais da rede pública do município de
João Pessoa da Paraíba – Brasil
N = 259 |
Questionário enviado por email aos enfermeiros sendo estes convidados a participar. | Assediador crítica o trabalho da vítima de forma injusta e exagerada (47,41%), Mentiras a respeito da vítima (40,52%),
falar mal em público (31,03%). Categoria verbal, física e sexual: a violência verbal foi a mais assinalada pelos participantes do estudo 32,76%. Assediador agride a vítima somente quando estão a sós 12,57%. Em relação ao isolamento e a recusa de comunicação, ocorre com maior frequência e quando o agressor ignora a presença da vítima na frente dos outros (55,17%). |
Lima, G e Sousa, A.
Violência psicológica no trabalho da enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. 2015; 68 (5):535-541. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/00347167.2015680508i
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Investigar e caraterizar práticas de violência psicológica intra equipa, nas relações entre pacientes, acompanhantes e outros profissionais com os trabalhadores de enfermagem da rede hospitalar pública de Caxias, no Estado do Maranhão. | Estudo descritivo, quantitativo, de corte transversal
(colheita de dados por formulário entre novembro de 2013 a maio de 2014 na rede hospitalar publica do município de Caxias: maternidade, hospital geral municipal e hospital municipal infantil)
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População do estudo constituída por 332 trabalhadores
60 Enfermeiros, 209 Técnicos de enfermagem e 63 auxiliares de enfermagem Ao final do estudo n=124 25 Enfermeiros, 79 técnicos em enfermagem 20 Auxiliares de enfermagem,
Vínculo> ou = 6 meses
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Formulário compreendido por questões fechadas elaborado pela Organização Internacional do Trabalho e testado previamente pelo Núcleo de Estudos de
Saúde Coletiva (NESC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, disponibilizado mediante citação dos autores Palácios etal. |
– 88 casos de violência psicológica:
– agressão verbal=84 (95%) – assédio moral=24 (27%) – assédio sexual=8 (9%) – discriminação racial=8 (9%). Quanto ao local de trabalho: Emergência= local de maior frequência, 45 (51%) de todos os casos de violência psicológica. Perfil dos trabalhadores 77 (87%)= sexo feminino. Enfermeiros, com menor tempo de experiência profissional, em média 9 anos, foi a mais acometida por casos de violência, 72% (13) dos 18 entre 20-39 anos sofreu algum tipo de violência. Tipos de agressores dos trabalhadores de enfermagem: 60% (53) pacientes, 32% (28) parentes, 31% (27) colegas, 20% (17) chefias, 13% (11) supervisores, – 11% (2) de 18 enfermeiros fizeram denúncia contra o agressor. |
Fontes, K., Santana, R., Pelloso, S. e
Carvalho, M., Fatores associados ao assédio moral no ambiente laboral do enfermeiro
Revista Latino-Americana de Enfermagem Maio – Junho 2013 21 (3): [01-07 ISSN 1518-8345.
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Identificar enfermeiros vítimas de assédio moral no trabalho e fatores associados. | Estudo descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa
Município de Maringá – Brazil |
Enfermeiros, pertencentes ao setor público e privado (n=199)
88,94% sexo feminino,
Idade média de 36,6 anos
Raça branca 89,45%
Casados 62,81%,
Especialistas 68,84%,
Tempo de serviço entre 4 e 9 anos 30,15%,
Regime efetivo 57,29%,
Remuneração> 2.500 reais 64,32% |
Questionário socioprofis-siográfico
(construído para esta investigação) Constituído por questões: sexo, raça, faixa etária, grau de instrução, estado civil, filhos, tempo de serviço, n.º de empregos, área/setor profissional, regime de trabalho, tempo de trabalho, turnos e remuneração e LeymannInventoryPsychologicalTerrorization (LIPT- 45), ambos em formato impresso ou eletrônico (maio/setembro de 2010) |
11,56% dos sujeitos estudados foram vítimas de assédio moral.
Predomínio de mulheres (88,94%) com idade média de 36,6 anos, casadas, Fatores de risco: – Possuir filhos, – Atuar nas unidades de saúde pública, – Trabalhar na instituição por período de 1 a 3 anos, – Enfrentar atualmente condutas de assédio moral; – Sentir-se assediado moralmente |
(1)Joana Bonito
Licenciada em Enfermagem; aluna da Pós-graduação em Enfermagem do Trabalho na ESENFC; a trabalhar no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Morada para correspondência dos leitores: Rua do Barreiro, 1 B Assafarge, 3040-657 Coimbra. E- mail: joanabonito@hotmail.com.
(2)Júlia Santos
Licenciada em Enfermagem; Especialista em Enfermagem de Saúde Comunitária; aluna da Pós-graduação em Enfermagem do Trabalho na ESENFC; a trabalhar nas ACES Pin: Unidade de Cuidados de Saúde Primários de Ansião. 3260-048 Figueiró-dos-vinhos. E-mail: juliamsantos@sapo.pt.
(3)Romilda Sousa
Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Instituto Politécnico de Castelo Branco; aluna da Pós-graduação em Enfermagem do Trabalho na ESENFC; a trabalhar na EJS- Serviços de Saúde, Lda. 2300- 036 Junceira. E-mail: romilda.enfermagem@outlook.
(4)Aida Mendes
Professora Coordenadora na ESEFNC; Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria; Mestre em Saúde Ocupacional e Doutorada em Educação, ramo de Psicologia da Educação; Coordenadora da rede de enfermagem de Saúde Ocupacional Portuguesa, afiliada à RedENSO Internacional, da Organização Panamericana de saúde da OMS; Investigadora na UICISA:E. 3045-073 Coimbra. E-mail: acmendes@esenfc.pt.
Bonito J, Santos J, Souza R, Mendes A. Assédio Moral em Enfermagem: uma Revisão Integrativa. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 2018, volume 6, 1-10. DOI: 10.31252/RPSO.15.09.2018